Vasco Fernandes Coutinho, 1° Donatário de Espírito Santo

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Vasco Fernandes Coutinho

Also Known As: "1490 Serpa Morte 1561 Vila Velha"
Birthdate:
Birthplace: Serpa, Beja, Portugal
Death: 1561 (66-76)
Vila Velha, Capitania de Espirito Santo, Brasil (Brazil)
Immediate Family:

Son of Jorge de Melo, o Lagio and Branca Coutinho
Husband of Ana Vaz Almada; Luíza Grimaldi; Ana Vaz Almada and Maria do Campo
Father of Jorge Melo; Martin Afonso Melo; Guiomar Melo; Maria de Melo Coutinho; Estevão Rodrigues da Fonseca, Senhor de Leomil and 9 others
Brother of Manuel de Melo, comendador de Ferrados; Antónia de Vilhena; Maria de Melo; Martim Afonso de Melo and Guiomar Coutinho
Half brother of Filipa de Melo

Occupation: 1er Donatario de Espírito Santo
Managed by: Private User
Last Updated:

About Vasco Fernandes Coutinho, 1° Donatário de Espírito Santo

Vasco Fernandes Coutinho: notas históricas e genealógicas*

MARIA JOSÉ DOS SANTOS CUNHA** Universidade de Évora http://www.periodicos.ufes.br/dimensoes/article/viewFile/7572/5249

Resumo:

Vasco Fernandes Coutinho

nasceu em família da pequena nobreza

de serviços com ligações familiares à alta nobreza. Como qualquer jovem de igual estatuto social, fez carreira militar no Império Português do Oriente por cerca de 25 anos, chegando a alcançar alguma proeminência,com breve passagem por Marrocos. Quando o rei português decidiu iniciar a colonização do Brasil, dividindo o ônus com a iniciativa privada, a Vasco Fernandes foi entregue, a título hereditário, a décima primeira capitania que receberia o nome de Espírito Santo.Vasco Fernandes Coutinho (Portugal, 1490 - 1561), foi um fidalgo português. Foi o primeiro capitão donatário da Capitania hereditária do Espírito Santo, no Brasil.

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Tendo se destacado nas conquistas portuguesas na África e na Ásia, Recebeu o título de fidalgo com direito a brasão, tença, casa em Alenquer (Portugal). Foi agraciado por D. João III com a décima-primeira das quinze capitanias hereditárias nas terras do Brasil, tendo o seu foral sido passado ainda em 1534.

Partiu de Lisboa em uma embarcação com cerca de sessenta homens a bordo, a maioria degredados, entre os quais se incluiam dois nobres: D. Jorge de Meneses e D. Simão de Castelo Branco. Fixando-se em suas terras, combateu os indígenas e fundou as vilas do Espírito Santo e de Nossa Senhora da Vitória. Desenvolveu a agricultura de cana-de-açúcar e montou engenhos para a produção de açúcar.

Poucos anos depois, praticamente só, com a mesma nau voltou ao reino em busca de ajuda ou a procura de um sócio disposto a compartilhar do projeto de conquista do solo da América. Disputas entre os colonos e conflitos entre estes e os indígenas, levaram-no a desistir do empreendimento. Foi avô do bandeirante Fradique Coutinho.

Casou 1. vez com: Maria do Campo, filha de André do Campo e Maria Azevedo. De com quem teve:

  1. Jorge Melo
  2. Martim Afonso Melo
  3. Guiomar Melo
  4. Maria ou Catarina ou Maria Catarina de Melo Coutinho

Casou 2.ª vez com: Ana Vaz Almada. De com quem teve:

  1. Vasco Fernandes Coutinho casado com Luíza Grimaldi ou, segundo outros, apenas amancebado com Antónia de Escobar.

Fonte:(http://pt.wikipedia.org/wiki/Vasco_Fernandes_Coutinho)

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Primer Donatario de Espirito Santo. Explorador portugues, desembarco en Brasil el 23 de marzo de 1535, un domingo de Pentecostes, y alli mismo fundo Vila do Espirito Santo y dio a su Capitania el nombre de Espirito Santo. Retorno a Portugal y mientras tanto en 1551 fue preciso fundar Nossa Senhora de Vitoria (hoy Vitoria). Desde entonces Vila do Espirito Santo se conoce como Vila Velha.



Primer Donatario de la Capitanía de Espíritu Santo, Brasil.

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Teve cinco irmãos legítimos e um bastardo.

Vasco Fernandes Coutinho foi o primeiro Capitão-Donatário da donataria do Espírito Santo, e segundo Simão de Vasconcellos era "fidalgo de igual valor e nobreza, dos mais illustres e antigos solares de Portugal."

Há uma certa discrepância quanto ao caráter de Coutinho. Alguns historiadores exageram suas más qualidades talvez por terem se baseado em cartas enviadas ao El-Rei por inimigos ou adversários do donatário no Brasil. Há também aqueles que o enaltecem de todas as maneiras. Parece certo que Vasco Fernandes Coutinho acolheu bandidos e marginais em sua capitania, talvez pela necessidade de povoá-la e explorá-la ao máximo, e isto realmente pode ter ocasionado bastante crítica e perseguição por moralistas e religiosos que chegavam ao Brasil para catequizar índios.

Alguns fatos na história deste Português, com efeito, levam-me a preferir a versão que dignifica seu caráter. Primeiramente, só o fato de ter recebido um pedaço de terra no Brasil, diretamente do El-Rei indica certa importância na metrópole. No estudo heráldico da família Coutinho, há um homônimo do donatário cuja filha casou-se com D. Fernando, senhor de Bragança, filho do Infante D. João e neto de D. Pedro I e D. Inês de Coutinho.Naqueles tempos, ‎(circa 1320)‎ a família possuía vários agregados sobrinhos ou filhos de reis e nobres. Outro fato a destacar é a denominação que o Donatário escolheu para sua Capitania e para a primeira vila. Segundo Braz Rubim, após o início da povoação, Coutinho "poz debaixo do Espírito Santo, para que o pensamento religioso estivesse presente sempre aos colonos."

Transcreverei duas opiniões de diferentes historiadores e o leitor que julgue Fernandes Coutinho por si só, embora acho que não seremos ‘nós que, ‎[cinco]‎ séculos depois, iremos levantal-o da sepultura, e nesta mesma terra que elle começou a civilizar, laçar-lhe em rosto seus vícios, occultando as virtudes.’

Diz assim o historiador Francisco Adolfo Varnhagen: "É necessário confessar que Vasco Fernandes não era nascido para o mando. Como simples colono, houvera sido um companheiro agradável e obediente: era um péssimo chefe. Na Ásia havia ganho celebridade pela proeza de investir em Malaca com um elephante que com a tromba esgrimia uma espada. Era de caracter dócil e jocoso, mas de nenhuma severidade para com os delinquentes e criminosos. Sem pureza de costumes não podia ser modelo de uns, nem terror de outros. Acabou por dedicar-se com excesso a bebidas espirituosas e até se acostumou com os índios a fumar, ou a beber fumo, como então se chamava este hábito, que naquelle tempo serviu de compendiar até onde tinha levado sua devassidão."

O historiador José Francisco da Rocha Pombo, por outro lado, diz não ter encontrado nem nas cartas dos primeiros missionários, coisa alguma em que possam justificar tais acusações ao caráter do Donatário. Na verdade, segundo Rocha Pombo, o testemunho de alguns padres retifica a opinião de que Vasco era um homem simples, sem paixões violentas e sobretudo de uma grande piedade cristã, desinteressado e generoso, talvez por isso mesmo sem qualidades para construir, para organizar e reger o povo naqueles tempos.

Também Braz da Costa Rubim enaltece o Donatário: "Gôa e Malaca foram testemunhas dos feitos deste discípulo do insigne Affonso de Albuquerque, que lhe confiou várias acções, para que eram escolhidos os capitães de merecimento já provado, e nellas nunca desmentiu o conceito em que era tido pelos chefes que militavam naquella parte do imperio portuguez. Alcaide-mor em Ormuz, ali serviu o tempo de que fora provido, e depois no estreito, de onde voltou para sua pátria. Vasco Fernandes Coutinho propondo-se á empreza de colonizar a sua donataria e augmentar os seus cabedaes, confiou de mais em si para vencer os perigos e trabalhos que o aguardavam. Cheio de esperanças, sacrificou o seu pequeno patrimonio nas despezas que lhe era mister para realisar seus planos, e deste modo ficou sem recursos para as emergencias futuras. Em presença de muitos embaraços por elle encontrados, não desacoroçoou emquanto as forças physicas o não abandonaram, e por duas vezes foi procurar no exterior os meios de arrancar a povoação da ruina a que parecia destinada. De caracter jocoso, de um valor nunca desmentido, generoso e grato para aquelles que de qualquer modo o ajudaram a suster a colonia, sem que seus proprios inimigos mencionem delle um só acto de opressão, longe de ser um potentatdo, como em seus sonhos doirados entreviu, foi mais companheiro do que chefe; compartilhou todos os trabalhos, e só esmoreceu na quando cheio de annos e velhice, inutilizado por molestias, pobre no meio daquelles a quem tinha favorecido, não podia mais continuar no governo da colônia. Foi-lhe a fortuna adversa, tragou o cálice da amargura até as últimas gotas: não seremos, portanto, nós que, três séculos depois, iremos levantal-o da sepultura, e nesta mesma terra que elle começou a civilizar, lançar-lhe em rosto seus vícios, ocultando virtudes. Como fundador desta capitania, merece uma lembrança ou memória que lhe recorde o nome."

Antes de vir para o Brasil, Coutinho já havia prestado grandes serviços na Ásia e na África. Fez fortuna e recebia uma pensão remunerativa que lhe deu D. João III pelos seus serviços na Índia. Viva em uma quinta em Alenquer, quando apareceu a oportunidade de colonização do Brasil. Espírito aventureiro que era, Vasco decidiu deixar tudo para trás e abraçar nova empreitada. Historiadores também divergem quanto ao fato de ter o Donatário deixado a família em Portugal ou trazido com ele a mulher e seus três filhos legítimos, além de outros filhos que teve com Ana Vaz Almada. Mas o fato d’ele ter que vender tudo que tinha para custear sua vinda ao Brasil parece confirmar a versão de que sua família também o tenha acompanhado.

Suas terras foram concedidas pela carta régia de 1o. de junho de 1534, assinada em Évora. Determina os limites, ao Norte, com a Capitania de Porto Seguro, de Pero de Campos Tourinho, separada pelo Rio Mucuri, "na ponta do Sul", e "cincoenta leguas de costa" até a Capitania de São Tomé, doada a Pero de Góis, limitada pela Serra de Santa Catarina das Mós, ao Sul do Rio Itabapoana. A Oeste, as terras deviam entrar "na mesma largura pelo sertão e terra firma a-dentro tanto quanto puderem entrar e for de minha conquista", especifica o documento régio.

Segundo Rocha Pombo, Vasco abriu mão de sua pensão em troca de um navio a algum armamento e provisões e partiu de Lisboa no início do ano de 1535. A expedição ‎(segundo vários historiadores, era uma grande frota)‎ chegou ao Brasil em 23 de maio do mesmo ano. Dentre os colonos estava Felipe Guilhem, espanhol entendido em minerais, o que prova o interesse de Coutinho pelo descobrimento das minas e sua consequente exploração.

Ao que consta já na chegada percebeu o donatário que sua aventura seria mais atribulada do que imaginara, pois os índios que habitavam aquelas terras os receberam com muita hostilidade e um número não menor de flechas. Porém, acuados pelas armas de fogo e canhões, os gentios se refugiaram mata adentro.

Enquanto eram edificadas os primeiros casebres da vila, construíam também um forte para defesa contra prováveis agressões indígenas. Mas o índio que se mostrou hostil de início acabou tonando-se logo tolerante e até mesmo solícito em agradar o estrangeiro.

A esta primeira vila atribuem alguns historiadores o nome de Espírito Santo, mas Gabriel Soares de Souza, cuja obra data de 1587, diz que a povoação chamou-se Vila de nossa Senhora de Vitória, de acordo com a devoção de Vasco Fernandes Coutinho. Souza confirma ainda a passagem histórica: diz que o Donatário "chegou a salvamento à sua Capitania, em a qual desembarcou e povoou a Vila de Nossa Senhora de Vitória, a qual chamam de Vila-Velha, onde logo se fortificou, a qual em breve tempo se vez uma nobre vila para aquelas partes, de redor dessa e acabados, os quais começaram a lavrar açúcar, como tiveram canas para isso que se na terra deram muito bem."

Coutinho distribuiu terras aos que o acompanharam, como combinara, e as primeiras plantações foram realizadas, juntamente com a construção dos primeiros engenhos. Tal trabalho era auxiliado pelos índios. Acontece naquela faixa de terra havia várias tribos de nações diferentes e hostis umas com as outras, e ao mesmo tempo que os portugueses as aliaram com uma, tornavam automaticamente inimigos de outras. O primeiro grupo de colonos que chegaram à terra era muito pouco para inspirar respeito aos indígenas, e era claro o desejo do Donatário de não se restringir àquela pequena faixa de terra costeira. Para aumentar seus domínios foi que Coutinho tentou atrair pessoas tanto da metrópole como das capitanias vizinhas, oferecendo todos os tipos de vantagens. Um dos grandes auxiliares que conseguiu atrair para o Espírito Santo foi um fidalgo de certa importância chamado Duarte de Lemos, que vivia na Bahia e estava pouco satisfeito quando Coutinho o convidou prometendo largos proventos e talvez oferecendo algo ainda mais sedutor. É certo que não foi por pouca coisa que Lemos resolveu se retirar da Bahia com seus bens, escravos e agregados até mesmo seguido por alguns amigos.

Duarte de Lemos cooperou com afinco com Coutinho, especialmente em manter os índios à distância. Em retribuição, o Donatário doou-lhe uma ilha a que se dera o nome de S. Antônio e que de então em diante passou a ser conhecida pelo nome de seu novo proprietário. A partir daí foi que as desavenças começaram, não se sabe bem porque. Alguns estudiosos afirmam que foi devido às maiores pretensões de Lemos, que esperava uma sociedade com o donatário. Nota-se, entretanto, que é Duarte de Lemos quem se insurge contra o capitão, acusando-o em carta ao rei de pretender separar-se da monarquia e fazer-se estado independente na colônia. Fernandes, pelo contrário, sempre se mostrou reconhecido e disso deu provas retificando a doação perante El-Rei após a relação já estar estremecida. O fato de Duarte de Lemos exigir esta ratificação perante El-Rei confirma que a relação já não era de confiança, pois tal doação poderia, legalmente, ter sido feita exclusivamente pelo donatário. Uma cláusula da doação, portanto, parece que acirrou os ânimos pois, de acordo com ela, Duarte não poderia cobrar impostos daqueles que já viviam na ilha, posto que a ilha pertencia à capitania. Seu novo dono só poderia cobrar daqueles que porventura vivessem dentro dos limites de sua fazenda.

Em 1538, a colonização já estava bem encaminhada, e Vasco sentiu necessidade de adentrar-se pela capitania. Já se sabia da existência de tesouros naturais em seu interior. Para tanto, era necessário mais recursos humanos e financeiros. Como as outras capitanias sofriam da mesma escassez, Coutinho resolve tentar na Europa. Deixou o governo da colônia com Jorge de Menezes e partiu para o reino.

A ausência do donatário foi desastrosa para a capitania. Menezes era um homem com hábitos incompatíveis com a autoridade. Violento e de índole inconstante, era leviano e, segundo Rocha Pombo, um depravado. Os próprios moradores se ressentiram da sua chefia, e logo ninguém queria ser governado. A anarquia tomou conta e os índios começaram a ser subjugados de uma maneira tal, que a ferocidade inata foi aguçada a ponto de tribos da redondeza reagirem contra os abusos dos invasores. No desejo de vingança, Goitacás e Aimorés se aliaram contra o inimigo em comum. A luta começou com emboscadas e proclamaram uma guerra de morte contra os estrangeiros que os subjugavam. Menezes morre em luta e logo depois seu substituto no governo, Simão Castelo Branco. A destruição foi quase total. Os colonos se viram obrigados a se refugiarem às margens do Rio Cricaré, abandonando a vila do Espírito Santo.

Quando Coutinho retorna da Europa, encontra sua capitania na mais completa desgraça. Não parece ter conseguido os recursos na corte, mas se empenhou muito em reerguer o ânimo daqueles que restavam. Formou um novo núcleo na ilha de Duarte Lemos, onde era mais difícil sofrerem ataques. Restabelecendo-se uma paz relativa, o donatário voltou a pensar em procurar colaboradores para uma investida no interior da capitania. Deixando desta vez escrúpulos de lado, procurou em capitanias vizinhas e acabou aceitando a vinda e oferecendo refúgios de criminosos e insanos, por volta de 1550. Nesta época, enquanto estava arrebanhando aventureiros em Pernambuco, foi maltratado pelo bispo que não permitiu que ele assumisse o lugar na igreja reservado aos nobres, e no sermão disse que Coutinho se misturava com homens baixos, bebia fumo, e deveria até mesmo ser excomungado. Enquanto estava em uma destas viagens, os colonos da capitania do Espírito Santo, mais uma vez abandonados, lembraram de chamar a sua ajuda missionários, que tantos frutos já começavam a dar em outras capitanias. Os padres chegaram à capitania em inícios de 1551, com missão de pacificar os ânimos indígenas. Mas as lutas continuaram. Quase todos os colonos passaram-se para a ilha de Duarte de Lemos, onde se julgavam mais seguros. Mesmo ali os Goitacás chegaram para atacar. Uma resistência desesperada fez com que os índios se afastassem e os colonos novamente puderam voltar às suas plantações.

Mas em 1553 o padre Braz Lourenço concebe um plano para acabar de vez com os confrontos ao convidar uma tribo da Guanabara para mudar-se para o Espírito Santo. O chefe Maracaiáguassú, ou Grande Gato, irreconciliável inimigo dos Tamoios, aceitou o convite, e com seu povo retirou-se para o norte nas embarcações que lhe mandaram do Espírito Santo. Há conflitos, de cronistas, se foi isso mesmo o que ocorreu ou se foi o próprio chefe indígena que pediu asilo, em vista das dificuldades que a tribo se encontrava perseguida pelos franceses. O certo é que o Grande Gato veio foi para o Espírito Santo com sua tribo. Durante os primeiros meses só houve motivos para celebrações. Maracaiáguassú foi o primeiro a converter-se e até foi batizado com o nome de Vasco Fernandes Coutinho, homenageando o donatário. ‎(Sua esposa, batizou-se com o nome da genitora de Coutinho.)‎
Mas, ao cabo de alguns anos, esta mesma aliança causou novas decepções: uma insurreição geral dos Goitacás.

Mais uma vez o desânimo invade a colônia. Os moradores mais uma vez se refugiam em Duarte de Lemos. Vasco Coutinho, que voltara já alquebrado e esmorecido, pediu socorro ao governador geral Mem de Sá, que acabava de assumir o cargo, no ano de 1558. O Governador manda o próprio filho, Fernão de Sá, com os reforços para conter os indígenas. Por outro lado, Goitacás, Aimorés e Tupinikins, unidos, recrudescem na luta e tornam-se implacáveis. Como eram superiores em número, causam muitas baixas aos portugueses. Dentre elas, Fernão de Sá.

Os colonos, totalmente desnorteados, escondem-se nas montanhas vizinhas. Por sorte, um homem de valor aparece - Diogo de Moura. Este toma o comando, reúne um grupo de 68 homens, consegue reanimá-los e ataca os índios numa verdadeira missão suicida, mas acaba derrotando os gentios. É então, que para perpetuar a memória deste feito, se deu o nome de Vitória à nova vila do Espírito Santo, construída na ilha de Duarte de Lemos, ficando a outra, no continente, conhecida como Vila Velha.

A capitania estava salva, mas totalmente desprovida de recursos humanos. Coutinho, já velho e cansado, sucumbiu em completa penúria. Acaba por pedir renúncia que é aceita por Mem de Sá, que nomeia Belchior de Azeredo capitão-mor até a vinda do herdeiro de Coutinho, Vasco Fernandes Coutinho Filho.

O velho Coutinho faleceu "tão pobre que foi necessário darem-lhe por esmola o lençol em que o amortalharam". Não se pode dizer, no entanto, que seus esforços foram em vão. As duas povoações por ele iniciadas, Vitória e Vila Velha, são hoje orgulho de seus habitantes. Foi enterrado provavelmente em sua própria residência, como era o costume da época.

Pouco mais de cem anos após seu falecimento, Francisco Gil Nunes, primeiro Donatário da Capitania após esta ter sido vendida pelos descendentes de Coutinho, mandou refazer a Casa da Câmara, em Vila Velha e deu sepultura condigna aos ossos de Vasco Fernandes Coutinho, "que estavam soterrados numa arca."

Fonte: (http://www.nggenealogia.com.br/tree/individual.php?pid=I101)


Nasceu em 1488.

Aos 20 anos, em 1508, já servia à Coroa Portuguesa, seguindo para a Índia. Em 1511, com 23 anos, é consagrado herói na batalha que conquistou o Porto de Málaca (Singapura), e como prêmio foi nomeado Governador de Ormuz, no Golfo Pérsico, aos 26 anos, cargo exercido até 1524, quando lutou ao lado de Duarte Coelho na China; em 1527 combatia os muçulmanos no Marrocos; aos 40 anos, em 1528, retorna a Portugal, onde é recebido como herói, e premiado com uma pensão de 30 mil reais.

Estabelecido em Portugal com bom patrimônio, honras e glórias, em 1-6-1534, recebe de D. João III a Carta de Doação da Capitania do Espírito Santo, com 50 léguas de litoral e outras tantas de fundo, até o limite do Tratado de Tordesilhas, (em cujo território, além do atual estado do Espírito Santo, estava incluída grande parte de Minas Gerais e Goiás). Aplica todos os seus bens na compra da caravela Grorya, equipagem e tudo mais para desenvolver sua capitania, seu “Vilão Farto” ou “capixaba” na língua indígena local; mais tarde se arrependeria, pois “o que ganhara em léguas teria que ser conquistado a polegadas”, enfrentando a hostilidade dos índios, franceses, holandeses e ingleses, e tendo de governar os degredados que a Coroa Portuguesa o obrigou a trazer.

Enfim, ancorou a caravela Grorya na sua Capitania, no dia 23-5-1535, domingo de Pentecostes, razão pela qual chamou sua terra de Espírito Santo, onde construiu Vila Velha, Vitória, etc.

Em 1553, recebe o Padre Anchieta, grande amigo de sua família, conforme carta jesuítica de 1-12-1592, que abençoa toda a família: “haja paz, saúde e amizade entre todos e principalmente com Deus, e isto basta; vale ínterim et ora pro me cum tota família”. Em 1555, socorre com 4 navios seus amigos Cacique Araribóia e Gato Grande (Maracayassu), que eram perseguidos pelos Tamoios, levando toda a tribo Temiminó do Rio de Janeiro para o Espírito Santo. Graças a este feito, em 1563/65, Araribóia e Belchior Azeredo prestaram ajuda decisiva a Estácio de Sá na conquista do Rio de Janeiro, derrotando os franceses e tamoios.

Diversas vezes volta a Portugal procurando recursos para explorar o ouro do sertão (Minas). Nessas ausências, sem sua liderança e justiça, os índios goytacazes se revoltam, e destroem quase tudo. No seu retorno, porém, tudo foi reconstruído.

Era amigo dos índios, e com eles adquire o vício de fumar, motivando perseguição do bispado. Morreu em 1561, com 73 anos, dos quais dedicou 26 ao Rio de Janeiro,

Espírito Santo e a Minas Gerais, onde também aplicou toda sua fortuna, financiando diversas expedições aos sertões mineiros, orientado pelas informações dos seus amigos índios Puris, inclusive seu filho Vasco Fernandes Coutinho explorou pessoalmente o rio Manhuaçu em 1570.

Ofereceu permanente ajuda a Estácio de Sá na conquista do Rio de Janeiro contra os franceses e tamoios, ofertando alimentos, navios e voluntários como os índios liderados por Araribóia, e soldados chefiados por seu parente Belchior Azeredo, que foi fundamental na conquista e colonização do Rio de Janeiro.

A Capitania do Espírito Santo foi transferida para seu filho Vasco Fernandes Coutinho, continuando com a família por 140 anos.

Foi vendida em 1675 pelo seu herdeiro Antonio Gonçalves Câmara Coutinho por 40.000 cruzados a Francisco Gil Araújo.

Isso prova que sua capitania não foi um fracasso, contrariando aqueles historiadores que transformam este herói vitorioso em um indigente fracassado, baseando-se todos em vã informação de Gabriel Soares de Souza em "Tratado descritivo do Brasil em 1587". Casou-se em Portugal com Maria do Campo, filha de André do Campo e Maria Azevedo, que não veio para o Brasil; teve segundo casamento com Ana Vaz Almada, com quem teve os filhos Jorge Melo, Martin Afonso Melo, Guiomar Melo e Maria de Melo Coutinho. Foi o nono avô do Chico Boticário.

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