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Alice de Toledo Ribas Tibiriçá (de Toledo Ribas)

Birthdate:
Birthplace: Ouro Preto, State of Minas Gerais, Brazil
Death: June 08, 1950 (64) (Cancer)
Immediate Family:

Daughter of José Florêncio de Toledo Ribas and Maria Augusta Rangel
Wife of João Tibiriçá Neto and Alberto Alves
Mother of Maria Augusta Tibiriçá Miranda and Jorge Tibiriçá, Neto
Sister of Marieta de Toledo Ribas

Occupation: ativista política e militante feminista brasileira[
Managed by: Private User
Last Updated:

About Alice Tibiriçá

Nasceu em 9 de janeiro de 1886 em Ouro Preto (MG), onde passou a infância. Alice Toledo Ribas Tibiriçá era filha de Maria Augusta Ribas e do general José Florêncio de Toledo Ribas, que lutou na Guerra do Paraguai. Por não se adaptar à disciplina escolar, sua mãe contratou um professor particular para iniciá-la nos estudos. Em 1898, a família foi morar na cidade do Rio de Janeiro, no bairro das Laranjeiras. No ano seguinte, em fevereiro, a mãe morreu de uma cirurgia mal sucedida; o pai faleceu em dezembro. Alice ficou morando com a irmã e, quando já estava com 14 anos, com as tias na capital paulista, onde, em 1912, se casou com João Tibiriçá Neto, filho do senador e ex-presidente do estado de São Paulo, Jorge Tibiriçá. Quando o marido foi encarregado da construção de uma estrada de ferro no Maranhão, passou dois anos nesse estado, retornando em 1915 ao Rio de Janeiro, onde o casal, que já tinha um filho, se fixou. Ali nasceu sua filha Maria Augusta Tibiriçá Miranda.

No Maranhão, Alice ficara chocada com a situação dos leprosos e deu início a uma intensa campanha de combate à lepra que se expandiu por todo o país. Para combater o preconceito que agravava mais a situação dos doentes, foi uma pioneira na mudança do nome da doença para hanseníase. Em 1925, na capital paulista, participou de uma quermesse com o propósito de arrecadar fundos para ajudar os doentes e sues familiares. No ano seguinte, criou a Sociedade de Assistência às Crianças Lazaras, que depois se tornou Sociedade de Assistência aos Lázaros e Defesa contra a Lepra (SALDCL). Sempre assinalando tratar-se de uma obra de solidariedade e não de caridade, lançou perto de uma centena de agremiações filiadas por todo o país.

Assim, seu trabalho foi ganhando repercussão e produzindo resultados, que se concretizaram na fundação, em 1929, da Federação das Sociedades, da qual foi eleita presidente, e nas diversas campanhas para arrecadação de recursos que se espalharam por todos os estados. Graças a seu empenho, em 1933 realizou-se no Rio de Janeiro (então Distrito Federal) a Conferência para a Uniformização da Campanha contra a Lepra, que reuniu representantes das sociedades de assistência estaduais e municipais, médicos especialistas de todo o país e cerca de 100 associações privadas. Da conferência resultou um Plano Geral de Combate à Hanseníase.

Entretanto, o grande prestígio que Alice conquistou nesses anos provocou ciúmes. Em 1932, o diretor da Inspetoria de Moléstias Infecciosas, F. Sales Gomes, desencadeou intensa campanha contra a Sociedade e sua presidente. Alice processou seus detratores, que não sustentaram os ataques diante do tribunal, alegando “deturpação jornalística”. Contudo, todo o trabalho de humanização no tratamento da hanseníase foi substituído por medidas drásticas, como o isolamento dos doentes, separação de pais e filhos. Nessa ocasião, Alice escreveu o livro Como eu vejo o problema da lepra, editando em 1934, denunciando o regime de opressão imposto aos doentes, que durou 13 anos, só se modificando em 1945, com a redemocratização do país e o afastamento do diretor Sales Gomes.

Uma prova do reconhecimento internacional do trabalho de Alice Tibiriçá é a carta que lhe foi dirigida pelo professor Bernardo Nocht, do Comitê de Higiene da Liga das Nações Unidas (a futura ONU). Na carta, ele dizia: “Fiquei satisfeito de verificar que essa Sociedade trabalha em bases completamente modernas, estando de acordo com as que foram adotadas pela Comissão de Lepra da Liga das Nações”. Em 1935, Alice transferiu a sede da Federação de São Paulo para o Rio de Janeiro, e propôs que se adotasse o critério rotativo para a eleição das Diretorias. Assim, contrariando a opinião de ilustres hansenologistas, deixa o cargo de presente que desde a fundação até aquela data ocupara. Volta sua atenção para a SALDCL de São Paulo que, após sua morte, passou a denominar-se Instituição Alice Tibiriçá de Civismo e Sociedade. Ainda na área da medicina social, conseguiu a unificação das entidades de combate à tuberculose, criando, a pedido dos médicos psiquiatras, a Sociedade de Amparo aos Psicopatas, e uma entidade de apoio aos cegos.

Sua atividade estendeu-se também ao campo cultural. Formada em 1926 pelo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, ali lecionou piano. Em 1927 fundou, também em São Paulo, o Instituto de Ciências e Artes Santa Augusta, onde, além de ensino tradicional, tentou promover cursos profissionalizantes para moças que viviam no interior e desejassem se instruir nos processos agrícolas modernos. Teve o apoio do secretário de Agricultura do estado de São Paulo, Fernando Costa, da Sociedade Nacional de Agricultura e da Sociedade Rural Brasileira.

Outro evento ligado a Alice é o Dia das Mães. Sua mãe havia morrido cedo, aos 39 anos, quando ela tinha apenas 13, fato que marcou muito sua personalidade. O segundo domingo de maio havia sido consagrado em 1906, nos Estados Unidos, como um dia dedicado às mães. No Brasil, coube à Associação Cristã de Moços de Porto Alegre instituir esta comemoração, em 12 de maio de 1918, tendo a escritora Júlia Lopes de Almeida como oradora oficial. Em 1931, a Associação Cristã de Moços de São Paulo convidou Alice para fazer uma conferência sobre o tema em sua sede. Nessa solenidade, no segundo domingo de maio, ele prometeu que se esforçaria para tornar a data oficial no país. Em julho do mesmo ano, quando se realizava no Rio de Janeiro o II Congresso Internacional Feminista, redigiu mensagem ao presidente Getúlio Vargas nesse sentido. Em 6 de maio de 1932, decreto presidencial tornava oficial a homenagem.

Alice também se destacou na luta pelos direitos das mulheres. Representou a seção paulista da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino no II Congresso Internacional Feminista, realizado no Rio de Janeiro em 1931, sob a presidência de Bertha Lutz, e foi um dos nomes mais votados em São Paulo, no ano de 1933, no plebiscito promovido pelo jornal Diário da Noite, para escolher as mulheres que melhor representariam o estado na Assembléia Constituinte.

Em 1945, separada do marido, Alice lançou-se a novos combates. A efervescência política causada pelo fim da guerra na Europa e pela redemocratização do Brasil levaram as mulheres a uma intensa mobilização em torno de campanhas contra a carestia de vida, causada pelo processo inflacionário em curso e a escassez de alguns gêneros alimentícios, ainda por causa da guerra. Com o apoio do Partido Comunista do Brasil (PCB), surgiram as Uniões Femininas contra a Carestia. Alice não era comunista mas, sensível aos problemas do povo e com a paixão que a caracterizava, entrou no movimento. Ao mesmo tempo, em 1946, dirigiu o Instituto Feminino de Serviço Construtivo e fez realizar, pela primeira vez no Brasil, a 8 de março de 1947, as comemorações do Dia Internacional da Mulher, em solenidade presidida por Nuta Bartlet James. Nesse mesmo ano, representou as mulheres brasileiras no Conselho da Federação Democrática Internacional de Mulheres, em Praga.

Em 1948, quando se aproximava o dia 8 de março, algumas senhoras programaram uma visita à Câmara Municipal, como parte das comemorações. O jornal O Globo publicou nota, no dia 2 de março, com o títuto “Impedida passeata de mulheres”. Alice escreveu uma carta ao diretor do jornal, afirmando que nenhuma passeata havia sido programada em contestando a afirmação de que era militante comunista. “Desde quando sou militante” comunista, se nunca me filiei a partido político algum?”

Foi a primeira presidente da Federação de Mulheres do Brasil, entidade fundada em 1949 que centralizava as atividades das diversas organizações de mulheres do país, exercendo o cargo até a sua morte, no ano seguinte. Foi substituída por Branca Fialho.

Nos últimos anos de vida, ainda participou ativamente da campanha “O petróleo é nosso”, ocupando a vice-presidência do Centro Nacional de Estudos e Defesa do Petróleo. Destacou-se como grande oradora e conhecedora do problema, em comícios e outros atos públicos no Rio de Janeiro e nos estados, e chegou a ser presa em agosto de 1949, junto com algumas senhoras, numa passeata promovida pela associação de Mulheres de São Paulo para anunciar o Congresso da Paz. Foi levada para São Roque e, enquanto este presa, desenvolveu-se intensa campanha “Onde está Alice?”. O último ato público de que participou foi a comemoração do Dia Internacional da Mulher, em 8 de março de 1950, aos 64 anos. Faleceu, vítima de câncer, em 8 de junho do mesmo ano.

Fonte: Dicionário Mulheres do Brasil: de 1500 até a atualidade biográfico e ilustrado, pág. 31, organizado por Schuma Schumaher e Érico Vital Brazil, Jorge Zahar Editores, Rio de Janeiro, 2000.

http://grabois.org.br/portal/cdm/revista.int.php?id_sessao=33&id_pu...

https://pt.wikipedia.org/wiki/Alice_Tibiri%C3%A7%C3%A1

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Alice Tibiriçá's Timeline

1886
January 9, 1886
Ouro Preto, State of Minas Gerais, Brazil
1917
May 6, 1917
São Paulo, São Paulo, State of São Paulo, Brazil
1950
June 8, 1950
Age 64
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