Elvira Pintus dos Santos

Foto em Destaque: Tia Elvira a vida é uma poesia! Eu ao seu lado é à minha preferida, quão doce você me intuiu trabalhar, escolhia o fundo, a roupa limpinha, os cabelos penteados, até os brincos e também me filmou. Assim, me eternizou na sobrilha que pisca a casa, enquadra, cápta e edita a melhor imagem. Sem saber eu herdara o melhor, a perfeição! Sou grata e que Deus a tenha pra nos filmar/fotografar na Festa do Evento Eterno e que lá, eu possa lhe retribur esse dom. Por Mariângela P. G. da Costa, 5/11/2007

Referendado como o poeta da morte, dos cemitérios, dos ossos e da carne em putrefação, Augusto dos Anjos, ao contrário do que muitos imaginam, segreda em sua obra poética uma filosofia libertária, capaz de nos guiar pela senda da mais pura transcendência.

           "Versos Íntimos"

Vês! Ninguém assistiu ao formidável

Enterro de tua última quimera.

Somente a ingratidão, esta pantera,

Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!

O Homem, que, nesta terra miserável,

Mora, entre feras, sente inevitável

Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!

O beijo, amigo, é a véspera do escarro,

A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se alguém causa inda pena a tua chaga,

Apedreja essa mão que te afaga,

Escarra nessa boca que te beija!

Estes são seus versos, escritos em 1906 pelo poeta Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos, a compor um dos mais declamados trabalhos deste enigmático discípulo de Baudelaire, cuja breve vida esteve marcada por um intenso questionamento filosófico, disseminado por toda a sua obra.

Lembrada por Mariângela P.G. da Costa, sobrinha que ora por sua alma eternamente e que os "Anjos" sejam agora, sua poesia! Em 23/01/2008.