Inácio da Cunha Galvão

Inácio da Cunha Galvão (Porto Alegre, 24 de julho de 1821 — Rio de Janeiro, 6 de fevereiro de 1906) foi um político brasileiro.

Foi nomeado presidente da província de Santa Catarina, por carta imperial de 3 de abril de 1861, exercendo o cargo de 26 de abril a 17 de novembro de 1861. Nascido em Porto Alegre, da província de S.Pedro do Sul, em 24 de julho de 1824 e faleceu em 6 de fevereiro de 1906, no Rio de Janeiro. Morava na Rua São Clemente, 99B (Laemmert). “Bacharel em letras pela universidade de Paris e 2o. doutor em mathematica no Brasil pela Escola Militar, lente de mathematica na Escola Central do Rio de Janeiro e agente official da colonisação. Foi director do banco commercial e agrícola do Rio de Janeiro, director da estrada de ferro de D. Pedro II, presidente das províncias do Espírito Santo e de Santa Catharina; official da Ordem da Rosa”; serviu no corpo de engenheiros, e no posto de primeiro tenente fez parte da commissão de demarcação de limites do império do Brazil como o estado oriental do Uruguay. No dito posto foi nomeado lente substituto, passando mais tarde a cathedratico da referida escola. Foi jubilado e exercia o cargo de Diretor da Escola Polytechnica do Rio de Janeiro, que deu origem à atual UFRJ; o cargo de diretor da Escola Polytechnica é, nos dias de hoje, similar ao de reitor da UFRJ. Teve o título de Conselheiro do Imperador; membro do instituto civil dos engenheiros brazileiros; do instituto polytechnico brazileiro; membro e presidente da associação de S. Vicente de Paulo; Ignácio da Cunha Galvão foi autor da tese intitulada “As Superfícies Envoltórias” em 6 de abril de 1848. Publicou, além da tese:

1865 – Manual de Emigrantes para o Brazil ou collecção das disposições da legislação brazileira, que mais particularmente interessam aos estrangeiros que vem estabelecer sua residência no Brazil, acompanhada de algumas tabellas estatísticas e de conversão de pesos e medidas, e de um mappa geral do Império; 1866 – Estudos sobre a emigração; 1868 – Relatório da agencia official de colonisação; 1858-1868 – Artigos acerta de assumptos econômicos no Correio Mercantil e no Jornal do Commercio. 1870 – Parecer da commissão de colonisação e estatística (da Sociedade Auxiliadora da indústria nacional) sobre a questão: “Si convirá ao Brazil a importação de colonos chins?” 1870 – Discurso “A questão dos Chins” proferido na Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional; 1871 – Parecer da secção de colonisação sobre a questão: “Quaes os meios mais apropriados e convenientes para se obter o grande desideratum social da extincção da escreavatura entre n’s?” 1872 – Empreza promotora da emigração; 1872-1874 – Parecer sobre as tabellas e tarifas do monto-pio geral (Revista do Instituto Polytechnico, tomo 15o.); 1874 – Relatório da associação de S. Vicente de Paulo; 1875 – Relatório da Escola Polytechnica; 1879 – Prêmio Hawshaw – Discurso proferido na sessão somne do Instituto Polytechnico Brazileiro de 5 de maio de 1879 – Como membro da respectiva commissão teve o dr. Cunha Galvão parte na carta plana da fronteira do Chuy e na planta da villa de Jaguarão.

Quanto à Escola Polytechnica do Rio de Janeiro:

Com efeito, o Decreto Imperial nº5600, de 25 de Abril de 1874, dera novos Estatutos à Escola Central, transformando-a em Escola Politécnica, isto é, uma escola exclusiva para o ensino das engenharias e subordinada a um Ministro civil, a saber, Ministro do Império. Fugira portanto, do controle dos militares. Assumira interinamente a direção da Escola, o Professor mais antigo, o Dr. Inácio da Cunha Galvão. Porém, por Decreto Imperial de 13 de Setembro de 1875, fora nomeado seu diretor o Professor José Maria da Silva Paranhos, Visconde de Rio Branco, que assumira a função em 11 de Outubro de 1875. Assumia interinamente toda vez que o Visconde de Rio Branco tinha que sei ausentar e, em 6 de dezembro de 1881, recebeu o cargo de modo definitivo, até 27 de novembro de 1889. Ignácio da Cunha Galvão foi o último diretor da Escola Politécnica durante o Império.

Alguns Nomes Ilustres da Escola Polytechnica no ano de 1889: Conselheiro Ignácio da Cunha Galvão (diretor e lente jubilado), Licínio Athanasio Cardoso, Américo Monteiro de Barros, Manoel Pereira Reis, André Gustavo Paulo de Frontin, André Pinto Rebouças, Alfredo de Paula Freitas, Luiz Raphael Vieira Souto, Antonio Ennes de Souza, Manoel Thimoteo da Costa, Barão de Capanema (jubilado), Gabriel Militão Villanova Machado (jub.), Francisco Joaquim Bethencourt da Silva (jub.) e José de Saldanha Gama (jub).

Em 7 de agosto de 1867 recebeu a Ordem da Rosa nos seguintes termos: “Attendendo aos serviços importantes que prestou o Doutor Ignácio da Cunha Galvão na Commissão de que foi engarregado de providenciar a respeito do estabellecimento de Colonos no Império, e de inspeccionar Colônias já existentes; e de conformidade com o $ 3o. do Artigo 9o. do Decreto n o 2853 de 7 de Dezembro de 1861 Hei por bem nomeal-o Official da Ordem da Roza. Palácio do Rio de Janeiro, em sete de Agosto de mil oitocentos e sessenta e sete, quadragésimo sexto da Independência e do Império. (assina o Imperador D. Pedro II)”

Foi pai de Pedro Barreto Galvão e Tito Barreto Galvão, ambos engenheiros formados pela Escola Politécnica. Pedro Barreto Galvão foi professor da Escola Normal do Império e foi preparador de Physica Experimental na Escola Polytechnica de agosto de 1883 a maio de 1889. Foi também professor fundador da Escola de Agricultura e Medicina Veterinária, atual Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em 1910, sendo lente substituto de Physica.

Fonte: WP