Simão de Toledo Piza

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Simão de Toledo Piza

Birthdate:
Birthplace: Angra Do Heroismo, Azores, Portugal
Death: 1668 (55-56)
Igreja da Santa casa de Misericordia, São Paulo, São Paulo, Brasil (Brazil)
Immediate Family:

Son of Juan Castellanos de Piza and Grácia da Fonseca Rodovalho
Husband of NN and Maria Pedroso
Father of Ana de Toledo; Sebastião; João de Toledo Castelhanos; Ana Ribeiro Rodovalho and Gracia da Fonseca Rodovalho
Brother of João; Aurelia de Toledo Piza; Serafina de Toledo Piza; Gabriel de Toledo Piza; Inácio de Toledo Piza and 1 other
Half brother of Elvira Gutierrez

Managed by: Private User
Last Updated:

About Simão de Toledo Piza

Contrapondo informações de Pedro Taque e Silva Leme, interessante texto do pesquisador José Roberto de Toledo

"Por cerca de 250 anos se acreditou que o ramo brasileiro da família Toledo Piza descendia de militares espanhóis que foram diretamente da Espanha para os Açores e, de lá, para São Paulo. A fonte da informação era a Nobiliarquia Paulistana Histórica e Genealógica, de Pedro Taques de Almeida Paes Leme. O genealogista se baseou quase que exclusivamente na memória oral, já que os documentos da família que tinha em seu poder se perderam no terremoto de Lisboa, em 1755.

Mais de dois séculos depois, a história começa a ser recontada, agora com bases documentais. Pesquisas realizadas pessoalmente nos arquivos da Ilha Terceira dos Açores revelam erros e omissões importantes na versão de Pedro Taques. Traído pela memória, ele trocou nomes, subtraiu gerações e confundiu as origens dos ancestrais. De mais surpreendente, os registros revelam que a trajetória dos Toledo Piza teve um inesperado desvio pelo México antes de chegar aos Açores e ao Brasil.

O primeiro dessa família a desembarcar em terras brasileiras foi dom Simão de Toledo Piza. As novas pesquisas mostram que ele nasceu em 1612 em Angra, Ilha Terceira dos Açores, e lá foi batizado no dia 4 de novembro, na igreja da Sé. Diferentemente do que escreveu Pedro Taques, seus pais foram dom Juan Castelhanos de Piza e dona Gracia da Fonseca (Livro de Baptismos da Sé de Angra 1608 a 1618, página 81). Foram padrinhos o tenente Domingos Pastrana e dona Juliana, filha do capitão Lombreiros. Essa data e registro não constavam da obra de Pedro Taques e tampouco nas dos autores e genealogista que nele se basearam. Eis o que diz o registro:

Em os quatro dias de novembro de seiscentos e doze anos de nossa licença batizou Manoel Duarte da Motta vigário geral a Simão filho de Dom Joam de Pissa e de sua mulher Dona Gracia da Fonsequa Foram padrinhos o tenente Juan Pastrana e dona Julhiana filha do capitão Lombreira e por ser verdade fiz e assinei Balthazar Machado.

A descoberta do registro de nascimento de dom Simão levou a outros achados. Documentos do Arquivo de Simancas (Espanha) provam que dom Juan Castelhanos de Piza participou da invasão da Ilha Terceira. Ele estava na armada espanhola comandada pelo Marquês de Santa Cruz em 1583. Sua atuação mereceu o reconhecimento de seus superiores em uma relação dos soldados que demonstraram mais valor na batalha. Ao vencerem, os castelhanos acabaram com o último bastião da resistência à união das duas coroas ibéricas sobre a cabeça um único rei, Felipe 2o da Espanha.

Em dezembro de 1586 dom Juan ainda ocupava a posição de alferes na companhia do capitão Francisco Angel e tinha a receber 38 escudos e 2 reais de soldo. Não era muito dinheiro. Ao seu capitão, por exemplo, a Coroa devia uma importância cinco vezes maior, enquanto o oficial imediatamente superior a dom Juan, o sargento Rodrigo Lopes de Haro, receberia quase o dobro. Na verdade, seu crédito era menor do que a média dos 171 soldados da companhia, os quais tinham algo a receber, cerca de 46 escudos cada um. Esta e outras companhias formavam o terço de infantaria que permanecera na Ilha Terceira sob o comando do mestre-de-campo dom Juan de Urbina.

Na versão de Pedro Taques, o “herói” se chamava dom Simão de Toledo Piza, como o filho. O genealogista o promove a sargento-mór, além de atribuir-lhe uma carreira militar que inclui sua suposta participação na batalha naval de Lepanto, a maior do século 16 e que estancou o avanço turco sobre a Europa. O problema dessa afirmação de Pedro Taques é que a destruição da armada otomana pela frota comandada por dom João de Áustria ocorreu em 7 de outubro de 1571, quando dom Juan ainda devia ser uma criança. Mesmo que tenha sido pai aos 60 anos, seria improvável que, a despeito do título de dom, Juan de Piza estacionasse na modesta patente de alferes após ter participado com bravura das batalhas mais importantes de seu tempo. Salvo ainda se fosse um jovem aspirante em 1586.

Pedro Taques vai mais longe, e confere a dom Simão, o filho, o comando do Castelo de São Filipe. Isso é ainda mais improvável, para não dizer errado. O nome de Simão de Toledo Piza não consta de nenhum dos documentos que relacionam os governadores do castelo entre seu nascimento, em 1612, e o seu casamento em São Paulo, em janeiro de 1640. De todas as afirmações de Pedro Taques sobre a família Toledo Piza que não se encontram documentadas, a que mais chances tem de ser verdadeira é a filiação da mãe de dom Simão à família Rodovalho, uma das mais tradicionais da Ilha Terceira.

Embora sua mãe, Gracia da Fonseca, não ostente esse sobrenome nos registros e tampouco apareça nas genealogias dos Rodovalhos açorianos, a repetição do apelido em sucessivas gerações de descendentes de dom Simão no Brasil indica que a ligação deve ter existido, embora ainda careça de comprovação documental. Gracia não assina Rodovalho nem em seu casamento, como se vê a seguir.

Graças à gentileza e competência do genealogista João Ventura, vinculado ao Centro de Conhecimento dos Açores, foi localizado nos livros da Sé de Angra o registro de casamento dos pais de dom Simão. Sua transcrição apresenta as revelações mais inesperadas.

Em os 21 dias do mes de Janeiro de 99 annios, em todo gardada a forma concilio tridentino, de nossa licença, (casou) o arcediago Manoel Gonçalves, a Dom Joam Castelhanos de Piza, viuvo, filho de Joam de Toledo Piza e de Dona Anna Castelhanos, sua mulher, naturais das Indias de Nova Espanha, vezinhos de Guaxaca, com Dona Gracia da Fonseca, filha de Thome Gomes e de Gracia da Fonceca, ja defunctos, naturais desta Cidade, da freigezia da Sée, testemunhas prezentes Pedro Rodrigues, Artur d'Azevedo, o conego Joam Tavares, o padre Antonio Pereira et por passar na verdade fis este, dia, mes e anno ut supra."

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  • Genealogia Paulistana
  • Luiz Gonzaga da Silva Leme (1852-1919)
  • Vol V - Pág. 445 a 485
  • Tit.
  • === Toledos Pizas===

(Parte 1)

Pág. 445 Esta nobre família teve princípio na capitania de S. Paulo em dom

Simão de Toledo Piza

, natural de Angra da ilha Terceira(1), que casou em 1640 em S. Paulo com Maria Pedroso f.ª de Sebastião Fernandes Correa, 1.º provedor (proprietário), e contador da fazenda real da capitania de S. Vicente e S. Paulo, e de Anna Ribeiro. Tit. Freitas Cap. 5º. Faleceu com testamento em 1668 em S. Paulo

natural de Angra da ilha Terceira(1), que casou em 1640 em S. Paulo com Maria Pedroso.
No posto de Capitão tomou parte na batalha naval de Lepanto em 1571 sob o comando de dom João da Áustria, contra os turcos, batalha que foi um terrível duelo entre o islamismo do turco que invadia a Europa e o cristianismo defendido pelas nações européias

Dom Simão de Toledo Piza, cidadão de S. Paulo, aí ocupou importantes cargos, tais como o de juiz ordinário e de órfãos por muitos anos, o de ouvidor e corregedor da mesma capitania, o de capitão-mor e o de governador.

Foi dom Simão de Toledo Piza pessoa de respeito e autoridade em S. Paulo e teve sempre o 1.º voto no governo da república; adquiriu por seus méritos a propriedade do ofício de juiz de órfãos dessa vila, que exerceu com acerto e critério por 19 anos, até 1661, foi ouvidor da capitania, cargo que tomou posse em 1666

Em seu testamento em 1668, vemos que sofreu um revés de fortuna; disse ele: 'declaro que vindo de Madri despachado com os alvarás, que se acham na provedoria da fazenda, por secretos juízos do meu destino, fui preso no castelo, de onde fugi e vim dar a esta vila de S. Paulo, onde casei e sempre cuidei em me não dar a conhecer, consentindo que o morgado, que por morte de minha mãe passava a mim, o tenha desfrutado, e se ache de posse dele meu primo dom Pedro de Lombreiros, cônego da sé de Angra, cujas cartas estão no meu contador com os mais papéis meus, e de meu pai e irmãos. Meu f.º João de Toledo, habilitando-se por meu f.º, irá a minha pátria para tomar posse do morgado, que lhe pertence; cobrar da fazenda real o que consta das provisões que lá se acham em processo, e também a minha legítima materna, que ficou em casas de sobrado

Alegando os seus serviços a S. Majestade assim nas armadas, como nos presídios, o que mostrava pelas certidões de fés de oficio, obteve uma sesmaria de uma légua de terra para suas lavouras.

Faleceu com testamento em 1668 em S. Paulo


Primeiro Provedor e Contador da Fazenda Real da Capitania de São Vicente e de São Paulo



Ascendentes e descendentes em http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=1052173

Exerceu o cargo de juiz de órfãos da vila de S.Paulo de meados de 1643 até 24 de junho de 1661, como se vê à pág. 121 de IT 20, no inventário de Antonio Pedroso. Foi substituído por Antonio Raposo da Silveira, por força de ato de 15 de agosto de 1660 do Marquês de Cascais, no qual esse jutifica-se dizendo que d.Smião havia "desafiado o ouvidor seu superior". Embora se diga que esse mandato tenha sido ininterrupto, em 1649, 1651e 1652 Antonio de Madureira Moraes assina vários inventários como juiz de órfãos de São Paulo. d. Simão volta a aparecer em 1654 até 1660 como juiz de órfãos.

Segundo Taunay (História Seiscentista da Vila de S.Paulo, Tomo 3, pág. 22), d.Simão obteve o juizado em 1643 e foi deposto por fazer oposição ao governador Salvador Corrêa de Sá e Benevides, que, por sua vez, sustentava um desafeto seu, o ouvidor-geral da repartição do sul, Sebastião Cardoso de Sampaio. Seus opositores, relata Taunay, argumentavam que, no fim da vida, d.Simão tornara-se negligente. O momento político era delicado por causa da guerra entre Pires e Camargos. Na ata da Câmara de 8 de março de 1660, os oficiais preocupavam-se com as heranças do órfãos porque muitos moradores que haviam assumidos créditos junto a esses inventários haviam se mudado para as novas vilas, onde o juiz de órfãos não tinha jurisdição. O ouvidor Pedro de Mustre Portugal mandou que se fizesse um cofre e que se depositasse nele o dinheiro dos órfãos. D.Simão fez registrar nas Atas da Câmara seu protesto contra a deposição de um cargo que lhe era vitalício dizendo que servira "com muita satisfação e inteira 'entreguidãoþ ". Diz Taunay que, com sua saída do cargo, "pioraram as condições dos bens dor órfãos", como diz a ata de 16 de maio de 1664. Nesse ano, d.Simão era juiz ordinário na vila, cargo para o qual fôra eleito. Por fim, acabou reabilitado pouco antes de morrer, por certidão que lhe passou a Câmara de S.Paulo em 3 de julho de 1666. Resultado: acabou tomando posse, em 16 de julho de 1666, como procurador-geral e ouvidor da Capitania. Ao fim, Taunay transcreve trecho que retrata-o como "muito zeloso do serviço de sua magestade e do bem comum, quieto, pacífico e fora de todas as discussões que hão secedido sem nunca se achar nelas, mas antes sendo um dos que principalmente tratavam da paz".

O final do século 16 foi turbulento nos Açores, principalmente na Terceira. Em 1588, cinco anos após a violenta batalha entre portugueses e espanhóis, irrompeu uma epidemia na ilha, concomitantemente a um surto de fome. Em 1591 a ilha foi abalada por um terremoto. Em 1596, mais um ano de fome. Em 21 de fevereiro de 1598, as tropas espanholas acantonadas na ilha se amotinaram, o que deve ter atingido diretamente o sargento-mór Simão de Toledo Piza. O ano seguinte foi marcado por nova epidemia e fome em todo o arquipélago. Por esses anos tumultuados nasceu d.Simão de Toledo Piza.

A aclamação do rei d. João 4o., restaurando a monarquia portuguesa, ocorreu na Ilha Terceira a partir de de março de 1641, no dia 24 na vila da Praia e no dia 27 em Angra. As tropas espanholas estacionadas no Castelo de Angra só deporiam armas em 1642. Por essas datas, vê-se que d. Simão de Toledo Piza, apesar do pai espanhol e da carreira militar nas Armas de Espanha, foi preso ainda durante o domínio espanhol e fugiu com destino ao Brasil antes da restauração portuguesa. Em 1640 ele não só já estava em São Paulo, como se casava na vila, indicando que lá estava já havia algum tempo. Segundo Paulo Setúbal, em "Os Irmãos Leme", d. Simão possuía um "correr de casas" na rua da Fundição que vendeu ao reino e que ficou depois conhecido como o Paço da Governança. No mesmo livro, o auto diz que as casas, "as mais grandiosas da vila", eram alugadas ao governo por cinco mil réis mensais.

Antes de fugir para o Brasil, foi, segundo Pedro Taques, capitão de infataria em Madrid. Voltou à Ilha Terceira como governador do castelo de S.Felipe. Por motivo não explicado, foi preso, fugiu para São Paulo. Casou com Maria Pedroso (com testamento transcrito) em 12/02/1640 na matriz de SP.

Assim explicam o episódio Pedro Taques e o próprio d. Simão: "Dom Simão que seguindo o mesmo serviço (militar) ficou na ilha Terceira; mais tarde chegando este ao posto de capitão passou a corte de Madrid, d'onde sahiu despachado entretanto, pelas declarações feitas em seu testamento em 1668, vemos que soffreu um revez de fortuna; disse elle: "declaro que vindo de Madrid despachado com os alvarás, que se acham na provedoria da fazenda, por secretos juízos do meu destino, fui preso no castello, d'onde fugi e vim dar a esta villa de São Paulo, onde casei e sempre cuidei em me não dar a conhecer, consentido que o morgado, que por morte de minha mãe passava a mim, o tenha desfructado, e se ache de posse d'elle meu primo Pedro de Lombreiros, conego da sé de Angra, cujas cartas estão no meu contador com os mais papeis meus, e de meu pai e irmãos.Meu f.o João de Toledo, habilitando-se por meu f.o, irá a minha pátria para tomar posse do morgado, que lhe pertence; cobrar da fazenda real o que consta das provisões que lá se acham em processo, e tambem a minha legitima materna, que ficou em casas de sobrado". Foi dom Simão de Toledo Piza pessoa de respeito e autoridade em São Paulo e teve sempre o 1,o voto no governo da república; adquiriu por seus meritos a propiedade do officio de juiz de orphãos d'esta villa, que exerceu com acerto e criterio por 19 annos, até 1661, anno em que lhe succedeu n'esse officio Antonio Raposo da Silveira, comos temos tratado no V.3,o pag. 5; foi ouvidor da capitania, cargo que tomou posse em 1666; em todas as ocasiões de rebate acudiu com sua pessoa a gente de serviço, a sua custa, á villa de santos, e quando da Bahia se pediram mantimentos, elle, alem do que se sua casa dava, instava com os mais moradores a que fizessem o mesmo. Allegando os seus serviços s S. Magestade assim nas armadas, como nos presidios, o que mostrava pela certidões e fés de officio, obteve uma sesmaria de uma légua de terra para suas lavouras".

Morreu em SP em 1668, com testamento (a conferir).

Obteve uma sesmaria de duas léguas em quadra em 1642, pelos lados do rio Jundiaí, em sociedade com o sogro e dois outros contraparentes, onde tinha lavouras. Os sócios eram Sebastião Fernandes Corrêa, seu sogro, que meses antes havia sido nomeado o primeiro provedor e contador da Fazenda Real da Capitania de São Vicente, além de Francisco de Barros e Antonio Pedroso de Freitas. Este último era irmão de Ana Ribeiro de Alvarenga, mulher de Sebastião Fernandes Corrêa. Eram portanto cunhados. Já Francisco de Barros (Freire) era casado com Catarina de Freitas, irmã também de Ana Ribeiro de Alvarenga. Era, portanto, concunhado de Sebastião Fernandes Corrêa.

Segue transcrita os termos da doação:

Traslado da carta e data de sesmaria dada a Sebastião Fernandes Corrêa e a seus genros.

João Luiz Mafra cavalleiro fidalgo da casa de Sua Magestade capitão-mor e ouvidor nesta capitania de São Vicente e nella alcaide-mor e sesmeiro loco-tenente e procurador bastante do senhor conde de Monsanto donatário desta dita capitania por Sua Magestade etc. Aos que a presente minha carta de data de terras de sesmaria virem e o conhecimento della com direito pertencer faço a saber que por parte de Sebastião Fernandes Corrêa e seu genro dom Simão de Toledo Piza e seu cunhado Antonio Pedroso de Freitas e seu cunhado Francisco de Barros todos moradores na villa de São Paulo me fizeram petição atrás dizendo nella entre outras cousas que elles eram genros filhos e netos de povoadores e tinham mulheres e filhos que sustentar e não tinham terras para lavrar para sustento delles que estavam nas cabeceiras de Petronilha Antunes cortando a ponta de terra de Hibiturucaia partindo de uma banda com terras de Amador Bueno e da outra banda com umas o.. as de Pero Madeira e confronta da banda de Amador Bueno com umas taperas que foram de um indio chamado Marafana rio arriba chamado Jundiahi que seriam duas léguas pouco mais ou menos e seriam em quadra pedindo-me em nome do dito senhor conde donatario desta dita capitania lhes desse as ditas duas léguas de terras em quadra para elles supplicantes pelas confrontações que pediam e sendo dadas corresse a uma das bandas ou por diante onde por dar estivesse no que receberiam mercê como da dita petição atrás melhor se mostra a qual petição sendo-me apresentada e vista por mim e as razões que allega tomando informação da causa .............................................. dou aos supplicantes as terras que pedem........ .... dou como procurador que sou do senhor conde donatário não sendo e sendo correrão para trás ou adiante onde dadas não forem e o escrivãio passe carta ...... se entenderá para qualquer das partes ou bandas que dadas não estiverem. Santos quatro de julho de mil eseiscentos e quarenta e dois annos. Mafra. Como do dito meu despacho atrás melhor se mostra em cuja virtude e cumprimento se passou a presente pela qual dou e hei por bem aos ditos supplicantes de hoje para sempre as ditas duas léguas de terras em quadra que em sua petição pedem assim e da maneira e pelas confrontações que nella fazem menção para elles e suas mulheres e filhos herdeiros ascendentes e descendentes forras de tributo somente dízimo a Deus dos fructos que nellas colherem e por os hei por empossados das ditas terras e sendo que nas ditas confrontações se não encha toda a quantidade das ditas duas leguas de terras ................................com o que falta para a dita quantidade atrás ou adiante..........para uma das ilhargas e bandas onde por dar estiver e lhþas dou com todas suas entradas e sahidas logradouros e serventias onde por dar estiver digo e esta se registrará no livro do registo ............ desta capitania .....................................................................conde donatario e pelos poderes que delle tenho ........... nesta villa de Santos sob meu signal e sinete de minhas armas ...... do mez de julho de mil e seiscentos o quarenta e dois annos e eu Domingos da Motta tabellião publico desta villa de Santos e seu termo escrivão das datas de sesmarias de toda esta dita capitania de São Vicente que o escrevi. João Luiz Mafra.

Sello.

0 qual traslado de carta de data de terras de sesmaria como atrás apparece eu Antonio Velho de Mello escrivão da fazenda de Sua Magestade nestas capitanias de Saio Vicente e Nossa Senhora da Conceição o fiz trasladar da propria que tornei à parte a que me reporto e vae na verdade sem cousa que duvida faça e o corri e concertei com o official de justiça .............nesta Villa de Santos em os doze dias do mez de julho do anno presente de mil e seicentos e quarenta e dois annos.

Antonio Velho de Mello

Concertado por mim escrivão Antonio Velho de Mello



Esta nobre família teve princípio na capitania de S. Paulo em dom Simão de Toledo Piza, natural de Angra da ilha Terceira(1), que casou em 1640 em S. Paulo com Maria Pedroso f.ª de Sebastião Fernandes Correa, 1.º provedor (proprietário), e contador da fazenda real da capitania de S. Vicente e S. Paulo, e de Anna Ribeiro. Tit. Freitas Cap. 5º. Faleceu com testamento em 1668 em S. Paulo. in Genealogia Paulistana Luiz Gonzaga da Silva Leme (1852-1919) / Vol. V - pp. 445-485 Tit. Toledos Pizas

"(1) A nobre ascendência de dom Simão de Toledo Piza, mencionado no texto, foi descrita por Pedro Taques, baseado em documentos registrados na vedoria da guerra da cidade de Angra da ilha Terceira, como damos em resumo: "Da ilustre casa dos condes de Oropeja e duques da Alba de Tormes foi legítimo descendente, sem quebra de bastardia dom João de Toledo Piza nascido na vila de Tormes, o qual casou em Madri com d. Anna de Castelhanos. Teve: Dom Simão de Toledo Piza que no posto de Capitão tomou parte na batalha naval de Lepanto em 1571 sob o comando de dom João da Áustria, contra os turcos, batalha que foi um terrível duelo entre o islamismo do turco que invadia a Europa e o cristianismo defendido pelas nações européias, e que teve como desfecho o triunfo completo do estandarte da cruz, perdendo os turcos 200 galeras, 25.000 homens e outros tantos escravos cristãos, que então foram postos em liberdade. No posto de sargento-mor combateu em 1583 na armada sob o comando do general dom Alvaro de Bazan, marques de Santa Cruz, contra Monsieur de Chatres, cavaleiro de Malta, que de França veio em socorro dos moradores da ilha Terceira partidários de dom Antonio Prior do Crato, o qual, tendo se aclamado rei de Portugal em 1580, tinha já sido derrotado pelo exército de el-rei Filippe II de Castela comandado por dom Fernando Alvares de Toledo, duque de Alba de Tormes: pelo que, tendo pedido esse socorro, veio Monsieur de Chatres aos mares da ilha Terceira onde experimentou uma derrota e ficaram os ilhéus dando obediência a Castela. Nesta batalha perdeu o sargento-mor dom Simão um olho e para tratar-se ficou em Angra, onde casou com Gracia da Fonseca Rodovalho, irmã do deão da sé dessa cidade — o Rabaço —, que instituiu o morgado no Pico Redondo, filhos de Vasco Fernandes Rodovalho. Teve de seu consórcio 4 f.ºs sendo duas fêmeas, que el rei de Castela fez recolher em um mosteiro em Madri com grande tença a cada uma delas, e dois varões que foram: dom Gabriel de Toledo Piza que, seguindo o real serviço, passou a Madri, e dom Simão que, seguindo o mesmo serviço, ficou na ilha Terceira; mais tarde chegando este ao posto de capitão passou à corte de Madri, donde saiu despachado e voltou a ilha Terceira. O que então lhe aconteceu ignoramos; entretanto, pelas declarações feitas em seu testamento em 1668, vemos que sofreu um revés de fortuna; disse ele: 'declaro que vindo de Madri despachado com os alvarás, que se acham na provedoria da fazenda, por secretos juízos do meu destino, fui preso no castelo, de onde fugi e vim dar a esta vila de S. Paulo, onde casei e sempre cuidei em me não dar a conhecer, consentindo que o morgado, que por morte de minha mãe passava a mim, o tenha desfrutado, e se ache de posse dele meu primo dom Pedro de Lombreiros, cônego da sé de Angra, cujas cartas estão no meu contador com os mais papéis meus, e de meu pai e irmãos. Meu f.º João de Toledo, habilitando-se por meu f.º, irá a minha pátria para tomar posse do morgado, que lhe pertence; cobrar da fazenda real o que consta das provisões que lá se acham em processo, e também a minha legítima materna, que ficou em casas de sobrado'. Foi dom Simão de Toledo Piza pessoa de respeito e autoridade em S. Paulo e teve sempre o 1.º voto no governo da república; adquiriu por seus méritos a propriedade do ofício de juiz de órfãos dessa vila, que exerceu com acerto e critério por 19 anos, até 1661, ano em que lhe sucedeu nesse ofício Antonio Raposo da Silveira, como temos tratado no V. 3.º pág. 5; foi ouvidor da capitania, cargo que tomou posse em 1666; em todas as ocasiões de rebate acudiu com sua pessoa e gente de serviço, a sua custa, a Vila de Santos, e quando da Bahia se pediram mantimentos, ele, além do que sua casa dava, instava com os mais moradores a que fizessem o mesmo. Alegando os seus serviços a S. Majestade assim nas armadas, como nos presídios, o que mostrava pelas certidões de fés de oficio, obteve uma sesmaria de uma légua de terra para suas lavouras.

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Simão de Toledo Piza's Timeline

1612
November 4, 1612
Angra Do Heroismo, Azores, Portugal
November 4, 1612
Igreja da Sé de Angra, Ilha Terceira, Açores, Portugal
1640
November 25, 1640
São Paulo, São Paulo, São Paulo, Brazil
1642
May 6, 1642
São Paulo, São Paulo, Brasil (Brazil)
1643
1643
Sao Paulo, São Paulo, Brazil
1644
November 21, 1644
1668
1668
Age 55
Igreja da Santa casa de Misericordia, São Paulo, São Paulo, Brasil (Brazil)
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