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A Recife de Maurício de Nassau (1637-1644) / Recife at Nassau's time

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Profiles

  • Albert Gerritsz Wedda (c.1620 - d.)
    Citado por Borges da Fonseca (autor da Nobiliarquia Pernambucana) como Capitão Alberto Geraldo Veda ou Alberto Geravão de Vedra. É mencionado no livro "Memorável Viagem Marítima e Terrestre ao Brasil",...
  • Gaspar Barreiros (1600 - c.1646)
    Gaspar Barreiros===Inventário e TestamentoSAESP - vol. 33, fls. 73 a 83Autos do Inventário: 8-5-1646Local: vila de São Paulo, em pousadas de Belchior Barreiros, filho maior do defunto. Juiz dos Órfãos:...
  • André Vidal de Negreiros (1606 - 1680)
    VIDAL DE NEGREIROS: UM HOMEM DO ATLÂNTICO NO SÉCULO XVII Ângelo Emílio da Silva Pessoa Resumo===André Vidal de Negreiros=== se notabilizou na resistência contra os holandeses nas Capitanias doNorte. A...
  • Jacob Barsimson (c.1630 - d.)
    On July 8, 1654, Jacob Barsimson left Holland and arrived on August 22 of the same year in the port of New Amsterdam (in lower Manhattan where Wall Street is today) aboard the Peartree. Barsimon was em...
  • João Fonseca de Recife (c.1620 - d.)
    aka John Fonseca, Captain Joao Fonseca Vila Boas, Jacob Aboab Fonseca, Joao Baptista de Fonseca. Joao (Jacob) was the eldest son of Rabbi Isaac Aboab de Fonseca by his first wife Esther Querido. As a t...

Recife is a Brazilian city that was once the administrative center of the Dutch colonial domination in northeastern Brazil. During seven years (1637-1644) it was at the vanguard of freedom of religion, science, arts and progress, ruled by Maurice de Nassau.

Em 1632 João Maurício de Nassau, príncipe alemão entusiasta da arquitetura, começou a construir a luxuosa Mauritshuis, em Haia, um projeto do famoso arquiteto Jacob van Campen, seguidor do estilo italiano de Andrea di Pietro della Gondola, conhecido como Palladio. Na execução desta obra Nassau veio a comprometer os seus recursos, pois as despesas ascenderiam a meio milhão de florins.

Prioritariamente por essa razão, aceitou o convite da Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais - WIC para administrar os domínios por ela conquistados na região Nordeste do Brasil em 1636. Receberia uma ajuda de custo de 6.000 florins em equipamentos e um salário mensal de 1.500 florins, considerado principesco para a época, além do soldo de Coronel do Exército e de uma participação de 2% sobre os lucros da WIC. Corriam ainda por conta da WIC suas despesas de mesa e criadagem (trouxe dezoito criados), os salários do predicante Francisco Plante, de seu médico Guilherme van Milaenen e de seu secretário Tolner. em contrapartida, comprometeu-se pelo prazo de cinco anos a ser Governador, Almirante e Capitão-General dos domínios conquistados e por conquistar da Companhia das Índias Ocidentais no Brasil.

A armada partiu do porto de Texel, na Holanda do Norte, em 25 de outubro de 1636, chegando ao Recife em 23 de janeiro de 1637.

Decidido a transformar a cidade do Recife em uma moderna capital, determinou o projeto da cidade Maurícia (Mauritsstad), resultando no atual traçado urbanístico dos bairros de Santo Antônio e São José, onde drenou terrenos, construiu canais, diques, pontes, dois palácios (de Friburgo e da Boa Vista), jardim botânico e jardim zoológico, um museu natural e um observatório astronômico. Organizou serviços públicos essenciais como o de bombeiros e de coleta de lixo.

Erudito e humanista, interessava-se pelas ciências e pelas artes. Tão logo foi nomeado, reuniu um grupo de cientistas, teólogos, arquitetos, médicos e pintores. O cientista Guilherme Piso, que estudara em Leiden e em Caen e praticara Medicina em Amsterdã, veio para estudar as doenças tropicais. O paisagista Frans Post, de vinte e poucos anos, vinha recomendado por seu irmão Pieter Post e era tão desconhecido como o retratista Albert Eckhout. A Luís XIV Nassau diria mais tarde que contara no Brasil com seis pintores - incluindo um pintor primitivo, Zacharias Wagenaer, seu despenseiro. Viriam ainda o cartógrafo Cornelis Golijath e o astrônomo saxão Georg Marggraf, que, com Piso, seria o autor da Historia Naturalis Brasiliae (Amsterdã, 1648), primeira obra de caráter científico sobre a natureza brasileira. O nome de Marggraf é sobretudo ligado a sua descrição do eclipse solar de 1640. Vieram ainda três vidraceiros e um entalhador. Ao humanista Caspar Barlaeus, Nassau encomendou a redação da história de seu governo no Brasil.

Maurício de Nassau realizou uma política de tolerância religiosa frente aos católicos e calvinistas. Além disso, permitiu a migração de judeus ao Recife e a criação de uma sinagoga, a Kahal Zur Israel, inaugurada em 1642 e considerada o primeiro templo judaico do continente americano.

Após sete anos, mesmo tendo desenvolvido uma política conciliadora e tolerante, não conseguiu impedir contradições insolúveis. Divergências entre sua forma de governar e os lucros esperados pela WIC levaram-no a deixar o cargo e retornar à Europa em 23 de maio de 1644.

Com a rendição dos exércitos holandeses, em 27 de janeiro de 1654, uma população de cerca de 400 judeus residentes no Recife teve “o prazo de três meses para liquidar seus negócios e abandonar o país.

A 7 de Setembro de 1654, com 23 judeus portugueses a bordo, o Sainte Cetherine aporta a Nieuw Amsterdam, na ilha holandesa de Manhattan, a cidade que mais tarde passaria a ser conhecida como Nova Iorque. Era o primeiro grupo de judeus a chegar a América do Norte. Destas vinte e três pessoas – homens, mulheres e crianças – sabe-se hoje muito pouco. São seis famílias, encabeçadas por quatro homens e duas viúvas. Só os seus nomes são mencionados nos registos oficiais: Abraão Israel Dias, Moisés Lumbroso, David Israel Faro, Asher Levy, Enrica Nunes e Judite Mercado.

Antes desse grupo já se encontrava em terras da Nova Amsterdã o judeu ashquenazita Jacob Barsimson, cujo nome aparece mencionado em documento do Recife, em 31 de março de 1647 (Dag. Notulen). Fora ele o primeiro judeu a se fixar na que viria a ser a cidade de Nova York, para onde se transferiu através da Holanda a bordo do navio Pereboom, depois do seu regresso do Brasil.

Segundo comprovação de pesquisas junto ao arquivo do cemitério da Kahal Kadosh Shearith Israel, ou seja, Santa Congregação “O Remanescente de Israel”, daquela cidade, membros da Congregação Zur Israel do Recife aparecem em documentos da época. Um deles, Benjamin Bueno de Mesquita, um dos 172 subscritores do Haskamot, firmado no Recife em 30 de novembro de 1648, ali falecido em 1683, tem a sua lousa tumular preservada naquele cemitério.

Este projeto pretende reunir pessoas que viveram e conviveram naquele tempo e espaço privilegiado, época de enormes avanços da sociedade local nos mais diversos aspectos, que se refletem até hoje na cidade. São locais, judeus perseguidos e recebidos por migração, intelectuais, artistas, cientistas, membros da comitiva, etc.

Lista (muito incompleta):