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Brasileiros Afrodescendentes - escravos e libertos

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Desde o período colonial até o final do Império, no fim século 19, o Brasil tinha um extenso sistema de escravidão. A escravidão no Brasil foi uma forma de relação social de produção adotada em todo o país e marcada principalmente pela exploração da mão de obra de negros trazidos da África (e seus descendentes) e transformados em escravos no Brasil pelos europeus colonizadores do país (Fonte: Family Search e Wikipédia).

Projeto relacionado: Africanos escravizados e imigrantes ao Brasil

Não existem registros precisos dos primeiros negros escravizados que chegaram ao Brasil. A tese mais aceita é a de que em 1538, Jorge Lopes Bixorda, arrendatário de pau-brasil, teria traficado para a Bahia os primeiros escravos africanos (Geledés).

Entre 1539 e 1542, os primeiros africanos escravizados foram encaminhados para a Capitania de Pernambuco, primeira parte da colônia onde a cultura canavieira desenvolveu-se efetivamente (Wikipédia)

Os escravos foram utilizados principalmente na agricultura — com destaque para a atividade açucareira — e na mineração. Alguns deles desempenhavam também vários tipos de serviços domésticos e/ou urbanos (Wikipédia).

Como a escravidão só foi abolida oficialmente no Brasil com a assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, os negros permaneceram escravizados por aproximadamente quatro séculos no país, ou seja, por muitas gerações.

Informações relevantes sobre a escravidão no Brasil

Havia cerca de 100 mil escravos no Brasil em 1600 e cerca de 600 mil em 1700. Desde o censo oficial de 1798, 33,7% da população era branca, 14% era de negros livres, e 52,8% era de escravos. Os escravos negros permaneceram sendo a maioria da população brasileira durante todo o período colonial, isto é, anterior a 1822 (Family Search).

De 1550 a 1690 a maioria dos escravos brasileiros residiam em plantações de açúcar nas províncias do nordeste do Maranhão, Pernambuco e Bahia e no sul da província do Rio de Janeiro. Eles trabalhavam com cana-de-açúcar, algodão e abastecimento. As propriedades típicas incluíam o dono da plantação (fazendeiro), sua família, de 15 a 20 superintendentes e técnicos portugueses, e cerca de 100 escravos (Family Search).

Na década de 1820, o café substituiu o açúcar como exportação dominante do Brasil, transferindo a importância econômica das grandes propriedades agrícolas do Nordeste para Sudeste do país, principalmente para São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

O movimento abolicionista, contudo, crescia no país e no mundo e exigia o fim do sistema escravocrata. O Brasil foi o último país do Hemisfério Ocidental a abolir oficialmente a escravidão.

Projeto relacionado: Abolicionistas/Abolitionists

O fim da escravidão no Brasil foi impulsionado por diversos fatores, entre eles, uma importante participação popular. Cada vez mais escravos, negros livres e brancos se juntaram aos ideais abolicionistas. Sobretudo, na década de 1880 (BBC)

Os quilombos

Vale lembrar que não eram todos os escravos que se submetiam passivamente à condição que lhe foi imposta. As fugas, as resistências e as revoltas sempre estiveram presentes durante o longo período da escravidão. Existiram centenas de “quilombos” dos mais variados tipos, tamanhos e durações. Os “quilombos” eram criados por escravos negros fugidos que procuraram reconstruir neles as tradicionais formas de associação política, social, cultural e de parentesco existentes na África (Geledés).

O “quilombo” mais famoso pela sua duração e resistência, foi o de Palmares, estabelecido no interior do atual estado de Alagoas, na Serra da Barriga, sítio arqueológico tombado recentemente. Este “quilombo” se organizou em diferentes aldeias interligadas, sendo constituído por vários milhares de habitantes e possuindo forte organização político-militar (Geledés).

Projeto relacionado: Palmares Republic in Brazil

Datas importantes

  • 1538: A importação de escravos negros para o Brasil começou.
  • 1761: Escravos foram libertados em Portugal, mas não no Brasil.
  • 1850: A lei Queiroz proibiu a importação de escravos africanos para o Brasil.
  • 1865: Cresciam as pressões internacionais sobre o Brasil, que era a única nação americana a manter a escravidão.
  • 1867: Liberdade foi prometida aos escravos que lutassem na Guerra do Paraguai.
  • 1871: A Lei do Ventre Livre deu liberdade para todas as crianças nascidas de pais escravos.
  • 1885: Todos os escravos de 65 anos ou mais de idade foram libertados pela Lei dos Sexagenários.
  • 1888: A escravidão foi proibida no Brasil pela Lei Áurea.
  • 1890: O governo ordenou a destruição de muitos registros de escravos.

Escravidão e genealogia

Uma das cruéis formas de dominação e imposição cultural feitas pelo sistema escravocrata foi o apagamento histórico, cultural e religioso do povo escravizado, inclusive a substituição dos nomes africanos por nomes europeus, a adoção muitas vezes do sobrenome dos senhores de escravo ou devotos, e a conversão forçada à religião católica.

Os escravos que sobreviviam à travessia, ao chegar ao Brasil, eram logo separados do seu grupo linguístico e cultural africano e misturados com outros de tribos diversas para que não pudessem se comunicar. Seu papel de agora em diante seria servir de mão-de-obra para seus senhores, fazendo tudo o que lhes ordenassem, sob pena de castigos violentos (Geledés).

O apagamento da história familiar formal dos negros durante os quase quatro séculos de escravidão dificulta bastante as pesquisas genealógicas. Muitas vezes, nos registros de batismo, matrimônio e óbito, não são mencionados os pais e familiares do negro, mas sim a de seus senhores.

Com o longo tempo de escravidão, miscigenação e ruptura com laços familiares, grande parte dos descendentes dos africanos perderam o conhecimento sobre seus ancestrais e de quais tribos ou nações africanas descendem.

Registros da Igreja com nascimentos, casamentos e mortes incluíam registros de escravos, geralmente em livros separados. Às vezes, os registros de vendas de escravos podem ser encontrados junto aos registros civis (Family Search).

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Negra com seu filho, c.1884 - Salvador, Bahia. Atribuição: Marc Ferrez / Acervo Instituto Moreira Salles

Referências

Fontes:

Escravidão no Brasil (Wikipedia)

Brasil Escravidão e Servidão (Family Search)

A História da Escravidão Negra no Brasil (Geledés)

A luta esquecida dos negros pelo fim da escravidão no Brasil (BBC)

Materiais de suporte:

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