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Branca Dias

Birthdate:
Birthplace: Viana da Foz do Lima, Portugal
Death: circa 1588 (63-81)
Olinda, Pernambuco, Brazil
Immediate Family:

Daughter of Antonio Afonso and Violante Dias
Wife of Diogo Fernandes Santiago
Mother of Inês Fernandes; Beatriz Fernandes, a Alcorcovada; Felipa da Paz; Jorge Dias de Paz; Violante Fernandes, Sra Eng Apipucos and 6 others
Sister of Isabel Dias

Occupation: ensino de corte e costura e dona de pensionato
Managed by: Private User
Last Updated:

About Branca Dias

PROCESSO DE BRANCA DIAS

https://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=2305769

Com uma existência entre a História e a Lenda, considerada uma das matriarcas do Pernambuco, Branca Dias é, no século XVI, no Brasil, a primeira mulher portuguesa a praticar «esnoga», a primeira «mestra laica» de meninas e uma das primeiras «senhoras de engenho». Cristã-nova, natural de Viana da Foz do Lima (Portugal). Residiu em Lisboa (Portugal) e em Pernambuco (Brasil). Casou-se em Portugal, antes de 1535-1540 (Mello dá a data de 1520), com Diogo Fernandes, ao que parece nascidos em Portugal, além dois outros, do sexo masculino, cujos nomes não foram conservados - o primeiro deles teria ingressado em carreira militar na Espanha, enquanto o outro é referido como um "aleijado" que, por isso, escrevia com os pés. Após a partida de seu marido para o Brasil, residindo ela ainda em Lisboa, foi denunciada pela mãe e pela irmã, que também estavam sendo processadas pelo Tribunal do Santo Ofício, por prática de judaísmo. Elas eram naturais de Viana da Foz do Lima, onde moravam. No processo nº 5775, datado de 2 de abril de 1544, consta que Violante Dias foi ao auto-de-fé em Lisboa, e Isabel Dias foi sentenciada a abjuração pública, 2 anos de cárcere e hábito penitencial; reservada a comutação da penitência quando parecesse serviço de Nosso Senhor. Branca Dias foi sentenciada, em 12 de setembro de 1543, a "abjuração pública, dois anos de cárcere e hábito penitencial, ficando reservada a sua comutação e dispensa". Branca Dias apresentou uma petição ao Santo Ofício, em que pediu dispensa do tempo que lhe faltava cumprir, tendo sido a mesma concedida, talvez em razão de ter filhos pequenos para criar. Em 1551 já estava em Pernambuco, para onde se transferiu com os filhos, passando a residir no Engenho Camaragibe, construído por seu marido. Conforme novas denúncias à Inquisição, após a sua morte (desta feita quando das visitas ocorridas no Brasil entre 1591 e 1595, sob a coordenação do Visitador Geral Licenciado Heitor Furtado de Mendonça), foi ela acusada de manter, em sua residência em Camaragibe, uma "esnoga" (sinagoga), em que os judeus da região se reuniam para cerimônias e se "adorava a toura" (Torah). Após o falecimento de seu marido, permaneceu dez anos à frente do Engenho de Camaragibe, o qual em seguida vende, mudando-se, com os filhos, para Olinda (PE), onde, na sua casa à Rua Palhaes, abre uma escola para meninas, em que ensina culinária e costura. Nas denúncias posteriores a sua morte, algumas de suas conhecidas e alunas relatam que, na sexta-feira à tarde, mandava lavar e esfregar o sobrado e trocava a roupa de cama, em preparação para o sábado, quando não trabalhava e, pela manhã, "se vestia com camisa lavada e apertava a cabeça com seu toucado lavado", vestia os filhos com o melhor vestido que tinham, jantava "mais cedo que nos outros dias e (...) chamava acima do sobrado as ditas suas filhas (...) e todos iam então jantar com ela (...), sempre uma iguaria que nunca comiam". Suas filhas e netas, processadas após sua morte, são unânimes em relatar que aprenderam com ela a fidelidade à lei de Moisés. Faleceu por volta de 1588. Sua fama só cresceu com o tempo, pois, como já observava Rodolpho Garcia, "de todos os cristãos-novos de Pernambuco, nenhuns foram mais acusados perante a mesa do Santo Oficio do que Branca Dias, seu marido Diogo Fernandes e suas filhas por cerimonias judaicas". Acredita-se que, quando dos processos contra seus filhos e netos, seus ossos teriam sido levados a Lisboa, para serem queimados em praça pública, o que parece ser produto das lendas criadas em torno de seu nome. Consta ainda que o nome do Riacho do Prata, no subúrbio Dois Irmãos, no Recife, se deveria ao fato de que, quando da chegada da Inquisição, Branca teria lançado nele suas joias, episódio celebrado por Carlos Drummond de Andrade num poema: "É acusada de judaísmo/ Já vão prendê-la/ Atira joias e prataria na correnteza/ A água vira Riacho de Prata/ Morre queimada no santo lume da Inquisição em Portugal/ Reaparece na Paraíba, em Pernambuco/ Sob o luar toda de branco/ Sandálias brancas e cinto azul-ouro..." A exploração literária mais conhecida de sua figura foi feita por Dias Gomes, na peça "O santo inquérito". (cf. Barreto, Os primitivos colonizadores nordestinos e seus descendentes, p. 158; Torre do Tombo, Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Lisboa, processo no. 5736 contra Branca Dias; Wikipedia; http://www.engenhocamaragibe.com.br/engenho-camaragibe-21.htm; Processo de Andreza Jorge christam noua natural e moradora no Brasil capitania de Pernambuco casada com Fernam de Sousa xpão nouo presa no carcere do Sancto Officio da Inquisição desta cidade de Lisboa, http://digitarq.dgarq.gov.pt/viewer?id=2306369; Ribeiro, O marranismo no Brasil colônia, p. 123-125; Mello, O nome e o sangue, p. 82-85)



FONTE: "A SAGA DOS CRISTAOS-NOVOS NA PARAIBA" DE ZILMA FERREIRA PINTO - IDEIA/JOAOPESSOA/2006

FONTE: "A SAGA DOS CRISTAOS-NOVOS NA PARAIBA" DE ZILMA FERREIRA PINTO - IDEIA/JOAOPESSOA/2006 - na pg 98: "sendo ele Antonio Barbalho Pinto, como tudo leva a crer, neto materno do histórico casal cristão-novo Branca Dias e Diogo Fernandes" a autora cita o genealogista Sebastiao de Azevedo Bastos.

Fonte: do autor Antônio Herbert Paz Bezerra o livro "Genealogia dos Bezerra de Menezes - História e Diáspora" - Premius Editora - Fortaleza- Ce- 2004. Segundo esse autor ela nasceu em 1505 e morreu em 1588. Segundo esse autor Branca Dias faleceu por volta de 1588-1589, e tinha 65 anos quando morreu o marido Diogo.

Fonte: http://digitarq.dgarq.gov.pt/details?id=2305769



Pág. 30: 3 de Novembro de 1593.

Joanna Fernandes contra Branca Dias

Dixe ser cristaã velha, natural de Africa, filha de Antônio Mendes africano, defunto e de sua molher Ines Fernandes africana, de ydade de cinquoenta annos pouco mais ou menos, casada com Alvaro Gonçalves Velludo, lavrador morador nesta villa abaixo da matriz,

e denunciando dixe que averá trinta e quatro ou trinta e cinquo annos que indo ella aprender a coser e lavrar a casa de Branca Dias cristaã nova ora já defunta; cujas filhas Ines Fernandes que depois casou com Balthesar Leitão e Guimar Fernandes também óra já defuntas que então erão solteiras insinavam a lavrar e cozer em casa da ditta sua mãi Branca Dias, ella dununciante vio no ditto tempo que na sua casa andou aprendendo que seria espaço de hum anno que a ditta Branca Dias guardava os sabbados, porque sendo costume da ditta Branca Dias em todos os outros dias da semana fiar algodão e andar vestida do seu vestido da semana, ella denunciante vio a ditta Branca Dias nos sabbados não fiar nunca e vio que nos dittos sabbados pella menhaã se vestia uma camisa lavada e apertava a cabeça com seu toucado lavado e vestia nelles ho melhor vestido que tinha que era uma saia azul clara que ella tinha de festa a qual não costumava vestir nos dias da semana, e por quanto ella denunciante sabia ser a ditta Branca Dias cristaã nova e dizerem que viera com suas filhas, e marido por caso da Inquisição pera este Brasil tinha suá sospeita della parecia mal ver lhe fazer o sobreditto e por isso atentava nella nos sabados; e que outrossi em todo o ditto tempo que em sua casa aprendeo a ditta Branca Dias mãodava nas sestas feiras á tarde (segundo sua lembrança era nas sestas feiras á tarde) lavar e esfregar o sobrado, por ella denunciante e por outras moças suas condiscipulas, e ellas lhe esfregavão o sobrado hum dia em cada semana que segundo sua lembrança era nas sestas feiras á tarde e nas mesmas sestas feiras á tarde mandava a ditta Branca Dias lavar a louça da casa pellas suas negras, e outrosi vio que nos sabados chamava acima do sobrado as dittas suas filhas e as outras filhas mais moças que então tinha, e todos hiam então acima jantar com ella nos outros dias da semana e nos ditos sabbados jantavão sempre huã iguaria que nunca comiam nos dias da semana, a qual iguaria era amarella, a qual deziam as dittas suas filhas mais moças que se fazia com grãos pisados, e a carne picada e adubos, e que sómente nos dittos sabbados á tarde vio ella denunciante que a ditta Branca Dias fazia em novellos as maçarocas do fiado de algodão que tinha fiado de semana e nos sabbados pellas menhãs não trabalhava nada e por dizer que mais lhe não lembra foi perguntado que filhas mais são as que ella diz que então era mais moças que as já nomeadas, dixe que erão duas outras mais que já são mortas, e que não se affirma se era alguma dellas Ana Jorge filha da ditta Branca Dias que inda óra esta viva nesta villa e casada com um homem cujo sobrenome he Sousa e assim outra alcorcovada que nunca casou,

(http://www.arquivojudaicope.org.br/2012/en/curiosidades/tema-branca...)

"Branca Dias" de Candido Pinheiro Koren de Lima - Coleção Borges da Fonseca - Fundação Gilberto Freyre, Tomos I, II e III, ano 2016.

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Branca Dias's Timeline

1515
1515
Viana da Foz do Lima, Portugal
1530
1530
Viana da Foz do Lima, Portugal
1535
1535
Viana da Foz do Lima, Viana do Castelo, Viana do Castelo District, Portugal
1540
1540
Viana da Foz do Lima, Viana do Castelo, Portugal
1550
1550
Pernambuco, Brazil
1550
Viana da Foz do Lima, Viana do Castelo District, Portugal
1551
1551
Olinda, Pernambuco, Brazil
1552
1552
Pernambuco, Brasil (Brazil)
1553
1553
Olinda, State of Pernambuco, Brazil