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Alemães na Colônia Dona Francisca (atual Joinville)

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Profiles

  • Wendelin Krämer (1811 - d.)
    Birth==30 Aug 1811 • Kirrlach, Karlsruhe, Baden-Württemberg, Germany==Baptism==30 Aug 1811 • Katholisch, Kirrlach, Karlsruhe, Baden-Württemberg, Germany"Deutschland Geburten und Taufen, 1558-1898," dat...
  • Maria Catharine Reif (1844 - 1919)
    Birth 21 Jun 1844 • Kirrlach, Karlsruhe, Baden-Württemberg, Germany*Birth (Alternate) 21 Jan 1843 • Kirrlach, Karlsruhe, Baden-Württemberg, Germany*Baptism 21 Jun 1844 • Katholisch, Kirrlach, Karlsruhe...

Este é um subprojeto relacionado ao Projeto Maior Imigrantes Alemães ao Brasil

Este subprojeto visa organizar dados genealógicos dos imigrantes alemão que vieram ao Brasil e foram instalados na Colônia Dona Francisca, no estado de Santa Catarina.

Os imigrantes já identificados estão na lista de perfis deste subprojeto,

A Colônia Dona Francisca, hoje a maior cidade do estado de Santa Catarina, é resultado do dote a que a Princesa Dona Francisca tinha direito pelo princípio consuetudinário, em que cada consórcio em uma família real implicava no estabelecimento de um dote. Pela Lei nº 166, de 29.09.1840, ficou estabelecido que as princesas, filhas de D. Pedro I, em idade de se casar, teriam direito a um patrimônio em terras, pertencente à nação. Assim, quando a Princesa Dona Francisca Carolina, irmã de D. Pedro II, se consorciou com o Príncipe de Joinville, o nobre francês François Ferdinand Philippe de Orleans, recebeu como dote de casamento terras na Província de Santa Catarina, que haviam sido demarcadas entre dezembro de 1845 e março 1846.

A Princesa Dona Francisca e seu consorte Príncipe de Joinville que estavam refugiados na Inglaterra por força da Revolução Francesa em 1848, sentiram necessidade de tirar proveito econômico do dote. Por aquele tempo fundou-se na Alemanha a Sociedade Colonizadora de 1849 em Hamburgo, organizada pelo Senador Christian Mathias Schroeder. Em 05 de maio de 1849, essa Sociedade Colonizadora efetivou um contrato de colonização com os Príncipes de Joinville, visando a exploração do patrimônio dotal, objetivando introduzir 1.500 pessoas em cinco anos. Esse contrato foi aprovado por Decreto pelo Governo Imperial em 15.05.1850. O decreto proibia o emprego de braço escravo, assegurava a proteção ao culto que professassem os colonos estabelecidos nas referidas terras e estendia a naturalização, após dois anos de residência, aos que adquirissem terras na Colônia. Em função do contrato firmado entre os Príncipes de Joinville e Sociedade Colonizadora, em 22 de maio de 1850 chegaram à confluência dos rios Cachoeira e Bucareim os representantes dos Príncipes de Joinville e da Sociedade Colonizadora, para tomar posse do patrimônio dotal (PIAZZA, 1994).

O município de São Francisco do Sul, atualmente restrito à ilha de mesmo nome e à parte da península do Saí, abrangia à época da colonização de Joinville um vasto território que foi aos poucos sendo subdividido. Assim, quando chegaram os primeiros imigrantes à Colônia Dona Francisca, em março de 1851, já havia uma série de fazendas e sítios habitados por francisquenses e seus escravos. Para o empreendimento Colônia Dona Francisca foram trazidos, a partir de 1851, imigrantes suíços, noruegueses e alemães, em diferentes levas. Os primeiros 75 imigrantes alemães chegaram em julho de 1851 e foi baseada nessa imigração que se estruturou a maior parte da historiografia local (GUEDES, 2007).

Como o príncipe negociou os dotes nupciais de dona Francisca com a Sociedade Colonizadora por causa de dificuldades financeiras, a ideia era fazer do local uma colônia essencialmente agrícola para fornecer produtos para a Alemanha, já que o Brasil, uma colônia portuguesa, era visto como um território vasto e rico “a ser ocupado”. A negociação de lotes era feita ainda na Alemanha com os estímulos do governo imperial, que pretendia formar núcleos populacionais para que não faltasse força de trabalho no País. Com o fim do tráfico negreiro, esta seria uma nova oportunidade para compensar o término da utilização da mão-de obra escrava.

A expedição pioneira era formada por um grupo de nove pessoas a bordo do patacho costeiro “Dous Irmãos (FICKER, 1965). Mas, as famílias escolhidas para desbravar essas terras não estavam aptas a enfrentar os desafios da mata tropical e preparar a recepção dos imigrantes europeus. A construção de ranchos e casas de alojamento e o trabalho com a terra nas primeiras plantações requisitavam homens com experiência na lida rural. Conta Ficker (1965) que as famílias contratadas não tinham estes atributos. Diante deste quadro, o trabalho duro dos primórdios foi feito pelos brasileiros que já moravam nas redondezas.Foram eles que prepararam o chão para plantar mandioca, feijão e milho enquanto os colonos não chegavam de Hamburgo. O contrato de 5 de maio de 1849, estabelecido entre o príncipe de Joinville e o senador Schroeder, dizia que deveriam ser instalados na colônia pelo menos cem colonos até julho de 1850, mas em função das dificuldades políticas na Europa, o prazo de envio dos primeiros imigrantes foi estendido até dezembro de 1851.

Ficker (1965) informa que, em 22 de maio de 1850, chegaram Léonce Aubé, engenheiro Guenther e demais membros da expedição pioneira. Prosseguindo viagem, o rio se foi estreitando e grandes árvores, com suas ricas parasitas, dobravam-se por sobre as canoas. O rio foi se tornando extremamente estreito, com grandes pedras e rochas de granito nas margens lodosas e pretas. Mesmo assim, ainda no dia 22 de maio, o grupo continuou a subir o rio Cachoeira até chegar à embocadura dum riacho de águas puras e cristalinas. À beira do mesmo, encontrava-se uma cabana rústica do cidadão francês M. Frontin, egresso da Colônia do Saí, fracassada anos antes. Esse local é considerado de suma importância, pois daí partiu a colonização de Joinville e daí ocorreu o caminho Jurapê, mato dentro, hoje Rua 9 de Março. Na primeira planta de Joinville, desenhada em 1852 pelo engenheiro Banholzer e impressa em abril de 1853, em Hamburgo, fazendo parte do terceiro Relatório da Sociedade Colonizadora, ainda se encontra a casa de M. Frontin, na margem direita do rio Cachoeira.

Os primeiros imigrantes, em número de 124, partiram de Hamburgo em janeiro de 1851, e destes, 118 chegaram com vida à Colônia no dia 09 de março de 1851. A primeira distribuição de terras na Colônia Dona Francisca foi efetuada no dia 15 de março de 1851. Os imigrantes que chegaram à Colônia apresentaram, desde logo, grande heterogeneidade étnico-cultural. Alemães, suíços, noruegueses e dinamarqueses trabalhavam lado a lado e sua formação intelectual é digna de registro. A título de exemplo, a leva de setembro de 1851 continha oficiais do antigo exército alemão, capitalistas, agrimensor, teólogo e médico, além de artesãos. Por outro lado, os agricultores possuíam uma tradição agrícola diferenciada
onde, ao invés de trabalhar a terra com enxadas, utilizavam arados de ferro, puxados à tração animal. À medida que a Colônia Dona Francisca ia crescendo em população, paralelamente
crescia a economia. Em 1865, o crescimento populacional da Colônia fez com que se inaugurasse uma nova frente de colonização, acompanhando a abertura de uma estrada em demanda ao planalto sedimentar norte catarinense, para onde se estenderia, nos campos de São Miguel e no vale do rio São Bento. Ponto decisivo no processo de desenvolvimento econômico desta Colônia foi a estrada ligando a sede da colônia ao planalto catarinense, denominada, inicialmente, Estrada da Serra e, posteriormente, Estrada Dona Francisca e alcançava a vila do Rio Negro. A conclusão do percurso de 146 km desta estrada facilitou o comércio entre o litoral e enriqueceu a Colônia Dona Francisca, transformando-a em entreposto no comércio de exportação de erva-mate, gerando capitais para o processo de industrialização (PIAZZA, 1994).

Da Colônia Dona Francisca, foram desmembradas outras cidades que em 2016 ocupam cenário de destaque na economia catarinense, como Jaraguá do Sul e São Bento do Sul. A sede da antiga Colônia dona Francisca é Joinville, a maior cidade do Estado de Santa Catarina.

Fonte: Famílias de origem alemã no estado de Santa Catarina. Volume I = Familien deutscher Abstammung in Santa Catarina – Band I / GenealogiaRS (Org.) – Porto Alegre: EST Edições, 2017