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Alemães na Colônia de Hammonia (atual Ibirama)

Este é um subprojeto relacionado ao Projeto Maior Imigrantes Alemães ao Brasil

Este subprojeto visa organizar dados genealógicos dos imigrantes alemão que vieram ao Brasil e foram instalados na Colônia de Hammonia, no estado de Santa Catarina.

Os imigrantes já identificados estão na lista de perfis deste subprojeto,

Na Alemanha do século XIX, mesmo depois de ultrapassado o auge da emigração transatlântica, havia muitos interessados em promover a emigração alemã porque acreditavam que o sul do Brasil seria muito favorável à colonização. Depois de 1850, grupos étnicos alemães já haviam sido formados como resultado da grande massa da imigração e da extraordinária natalidade das famílias imigradas. Brunn (1971 apud RICHTER, 1992) informa que, segundo estimativa do Ministério das Relações Exteriores Alemão, em 1891 cerca de 200 mil pessoas de língua alemã estavam vivendo no Sul do Brasil. O mesmo autor informa que um manual destinado à documentação dos alemães fixados além das fronteiras do “Reich”, em 1902, estimava que no Brasil havia 350 mil pessoas falando alemão e que desses 350 mil alemães e descendentes alemães, 80 mil estavam vivendo em Santa Catarina,na época, representando 20% da população.

Na segunda metade do século XIX, a Sociedade Colonizadora de 1849 em Hamburgo tinha sido a única empresa alemã a se dedicar à introdução de colonos no Brasil. Durante o principal período de suas atividades, de 1850 a 1888, encaminhara 17.408 colonos à Colônia Dona Francisca, em Santa Catarina, fundando os núcleos coloniais de Joinville e São Bento do Sul. A partir de 1890, a Sociedade não tinha mais condições de continuar o seu programa de colonização, por falta de recursos financeiros e, por uma série de fatores envolvendo o Governo Federal alemão, os planos de fundir a Sociedade Colonizadora de Hamburgo com uma empresa mais abastada e de fundar uma nova sociedade colonizadora particular para o sul do Brasil não conseguiram ser levados a efeito (RICHTER, 1992).

Veio então a iniciativa da maior companhia alemã de navegação transatlântica, o “Norddeutsche Lloyd”, de Bremen. Uma das suas principais atividades era o transporte de imigrantes, inclusive para o Brasil. Em 1890 conduziu 47 mil pessoas ao Brasil. Mas, a imigração transatlântica da Alemanha decrescia continuamente e, no final de 1894, o diretor da empresa, Wiegand, visitou vários países da América Latina a fim de verificar quais seriam as possibilidades para fomentar a emigração alemã e chegou à conclusão que o Sul do Brasil seria a região ideal onde colonos alemães conseguiriam conservar sua cultura e língua. Ao mesmo tempo, o embaixador alemão no Brasil, Krauel, visitava as áreas de colonização teuta e em 1895 compilou um relatório muito positivo sobre a situação dos alemães e seus descendentes no Sul do Brasil. Teriam alcançado posição importante em Santa Catarina, dominando o comércio de importação. Haveria abastança em qualquer parte. Língua e cultura haviam sido preservadas, graças às escolas e igrejas. Austríacos, húngaros, russos, suíços, dinamarqueses e noruegueses teriam se ligado ao grupo alemão predominante. Mesmo assim, o embaixador alemão no Brasil lamentava que os teuto-brasileiros ainda não exercessem grande influência política. O Imperador alemão ficou impressionado pelos argumentos de Wiegand e pelas informações de Krauel e deu ordens para que fossem estudados meios de promover a colonização alemã no Sul do Brasil (Brunn, 1971 apud RICHTER, 1992).

Em 1894 duas das três maiores companhias de navegação transatlântica da Alemanha, o “Norddeutsche Lloyd” e a “Hamburg – Südamerikanische Dampfschiffahrts-Gesellschaft”
junto com algumas casas comerciais ligadas ao Brasil, fundaram um novo consórcio que visava a fusão com a velha Sociedade Colonizadora de 1849 em Hamburgo e daí a criação de uma futura empresa colonizadora de maior vulto em Santa Catarina. Enviaram para o Brasil Carl Fabri, já então diretor da Sociedade Colonizadora de 1849 em Hamburgo, a fim de que reassumisse as negociações a respeito de novo contrato sobre as áreas e modalidades de uma futura colonização de terras catarinenses. Em 28 de maio de 1895, em Florianópolis, foi firmado um contrato entre Governo de Santa Catarina, sob a administração de Pedro Hercílio da Luz, e o representante da Sociedade Colonizadora de 1849 em Hamburgo, Carl Fabri. O referido contrato estabeleceu as bases para uma futura colonização em larga escala em território catarinense e permitia a entrada de até seis mil colonos por ano (RICHTER,1992).

Pelo contrato de 1895, haviam sido criadas as condições para que uma futura companhia colonizadora, vinculada às grandes empresas de navegação transatlântica alemães, dispusesse das terras para desenvolver um novo programa de colonização em Santa Catarina. Era este o pré-requisito para que o governo alemão favorecesse a emigração para o sul do Brasil. Poucos anos depois, foi decretada a primeira Lei Nacional de Emigração do Império Alemão que, através de um sistema de concessões para agências emigratórias e companhias de navegação, procurava dirigir a corrente dos emigrantes a certas regiões e o sul do Brasil era uma delas. Em 1898, o governo alemão concedeu à Sociedade Colonizadora licença que limitava o número de emigrantes a mil por ano.

Constituiu-se, definitivamente, o consórcio fundador e em 30 de março de 1897 foi fundada, em Hamburgo, a “Hanseatische Kolonisationsgesellschaft - Sociedade Colonizadora Hanseática”, destinada à colonização alemã no interior de Santa Catarina. Com a fusão, todas as propriedades da extinta Sociedade Colonizadora de 1849 em Hamburgo foram transferidas para a Sociedade Colonizadora Hanseática, dentre elas muitas terras e os edifícios das sedes da antiga administração da colônia Dona Francisca, em Joinville e São Bento. A esse patrimônio, somaram-se outras glebas de terras que foram adquiridas pela Sociedade.

Ainda em 1896, sob a direção da antiga Sociedade Colonizadora de 1849, foram iniciados os trabalhos de exploração, medição e demarcação de lotes e construção de estradas e caminhos no vale do Itapocú. Os primeiros imigrantes chegaram no final do ano de 1897. Em novembro de 1897, prosseguiu a exploração das terras concessionadas nas cabeceiras do rio Itajaí Açú. Os primeiros imigrantes chegaram em Hammonia no final de 1899. Os distritos de Sertão de São Bento e Piraí não foram importantes no processo de colonização em maior escala, fazendo parte da antiga área colonial de São Bento e Joinville (RICHTER, 1992).

Foram criados quadro distritos coloniais, que juntos formavam a colônia Hansa da Sociedade Colonizadora Hanseática: 1) Itajaí-Hercílio, situado no braço do norte do rio Itajaí Açú, foi o maior e mais importante distrito. Pertencia ao município de Blumenau, com a sede Hammonia, que a partir de 1904 passou a ser o centro administrativo da colônia; 2) Itapocú, ex-patrimônio do Conde d’Eu, pertencia ao município de Joinville, com a sede Humboldt (hoje Corupá); 3) Sertão de São Bento, nos então municípios de Joinville e São Bento; e 4) Piraí, situada no Rio Piraí-Piranga, no município de Joinville e que antes pertencia ao Príncipe de Schönburg-Waldenburg.

Dos quatro distritos coloniais o que mais se desenvolveu foi o que serviu de sede. Atualmente Hammonia chama-se Ibirama e está situada no Alto Vale do Itajaí.

Fonte: Famílias de origem alemã no estado de Santa Catarina. Volume I = Familien deutscher Abstammung in Santa Catarina – Band I / GenealogiaRS (Org.) – Porto Alegre: EST Edições, 2017.