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Profiles

  • Albert Johann Carl Haut (1864 - 1919)
    Residence Schlemin, Preußen*Departure 7 Apr 1868 • Hamburg, Germany**Ship Name Lord Brougham Captain Jörgensen Shipping Clerk Louis Knorr & Co. Shipping Line Rob. M. Sloman Ship Type Segelschiff Ship F...
  • Carl Ferdinand Haut (1838 - 1899)
    Residence Schlemin, Preußen*Departure 7 Apr 1868 • Hamburg, Germany**Ship Name Lord Brougham Captain Jörgensen Shipping Clerk Louis Knorr & Co. Shipping Line Rob. M. Sloman Ship Type Segelschiff Ship F...
  • Franz August Knoll (1868 - d.)
  • Ferdinand Hermann Knoll (1860 - 1893)
    Reference: FamilySearch Family Tree - SmartCopy : Oct 16 2019, 23:59:04 UTC
  • Wilhelmine Feldmann (deceased)

Este é um subprojeto relacionado ao Projeto Maior Imigrantes Alemães ao Brasil

Este subprojeto visa organizar dados genealógicos dos imigrantes alemão que vieram ao Brasil e foram instalados na Colônia São Paulo de Blumenau, no estado de Santa Catarina.

Os imigrantes já identificados estão na lista de perfis deste subprojeto,

Quando o Dr. Blumenau fundou, em 1850, o primeiro núcleo colonial, que no decorrer dos anos se desenvolveu para uma próspera colônia, as terras da Ponta Aguda, na margem esquerda do rio e um pouco mais abaixo na margem direita, já pertenciam a outros. Dr. Blumenau, portanto, comprou vários complexos de terras de segunda mão. Entre os colonos que já se encontravam às margens do Rio Itajaí, antes da fundação de Blumenau, havia um certo número de alemães que veio da Colônia São Pedro de Alcântara e que dispunha de grandes áreas de terras.

O objetivo do Dr. Blumenau não era fundar uma colônia de colonos, mas queria, na vasta área por ele adquirida, instalar um grande estabelecimento agrícola e os primeiros colonos com os quais veio em 2 de setembro de 1850, seriam funcionários e trabalhadores no mesmo. Só depois que já tinham chegado uma segunda e terceira levas de imigrantes é que o Dr. Blumenau viu que não seria bem-sucedido em seus propósitos e assim deixou medir vários pedaços de terras maiores, os quais leiloou no dia 28 de agosto de 1852, data que o Dr. Blumenau, em seus futuros relatórios, sempre mencionou como sendo o dia exato da fundação da cidade. Durante o tempo em que o Dr. Blumenau dirigiu o seu estabelecimento, isto é, desde a sua criação até a emancipação política, a data de fundação era tida como a de 28 de agosto de 1852, oficializada pelo próprio fundador, pois foi naquele dia, mês e ano, que foram distribuídos os primeiros dez lotes coloniais, devidamente medidos, demarcados e legalizados. Achou o Dr. Blumenau que, ligando definitivamente os seus colonos à terra, pelo direito de propriedade dos lotes arrematados, nenhuma outra data melhor serviria como a do início da sua colonização. Os primeiros colonos recebiam o lote gratuitamente, deveriam, porém, pagar as custas da medição e demarcação no prazo mínimo de 6 meses e ficavam sujeitos aos estatutos da colônia, estabelecidos em comum entre o Dr. Blumenau e os colonos.

Em 1900, a Câmara resolveu, por unanimidade de votos, decretar a data de 2 de setembro, data de chegada efetiva dos primeiros dezessete imigrantes, como sendo a data de fundação de Blumenau. Foi, realmente, com a chegada dos primeiros 17 imigrantes que começou a vida na colônia. Dali se traçaram os planos e deu-se início à sua execução. José Ferreira da Silva (1950), grande pesquisador, escreve com propriedade sobre a história de Blumenau na obra comemorativa ao centenário da cidade. Silva informa que Hermann Bruno Otto Blumenau, comissionado no posto de representante, no sul do Brasil, da Sociedade de Proteção aos Emigrantes Alemães, partiu de Hamburgo para o Brasil em 1846, no veleiro Johannes. Nas palavras de Silva (1950), os acontecimentos que foram se sucedendo até a resolução definitiva de colonizar, por conta própria, as terras do Rio Itajaí-Açú, não pertenceram propriamente à história do município, porém os fatos que antecederam a chegada dos primeiros 17 imigrantes e os primeiros dez anos da vida do estabelecimento estão de tal forma ligados à vida do fundador que não se pode falar em um sem relembrar outros. Por isso, aborda-se aqui alguma coisa da vida de Hermann Blumenau nos anos que precederam a fundação da Colônia Blumenau.

Já formado em Filosofia, Dr. Hermann Blumenau partiu, em abril de 1846, para o Brasil. Foi ao Rio Grande do Sul e examinou a situação das colônias alemãs; esteve por oito meses consecutivos na Capital do Império (Rio de Janeiro) onde, além de tratar de assuntos que diziam respeito à legalização da Sociedade de Proteção aos Emigrantes Alemães, por conta da qual viajava, informou-se de tudo quanto se relacionasse com os problemas de imigração e colonização. Em 1847, já dominando perfeitamente a língua do país, deixou o Rio de Janeiro com destino ao Desterro (atual Florianópolis), capital da província catarinense.

Visitou São Pedro de Alcântara, colônia fundada em 1828 nas imediações da capital catarinense e, dali, viajou, um pouco a pé, um pouco a cavalo e outro pouco de carroça, para a freguesia do Santíssimo Sacramento (atual Itajaí), situada na embocadura do rio Itajaí-Açú. Dr. Blumenau chegou, porém, doente. O mau tempo, as caminhadas estafantes, as necessidades sofridas na jornada por zonas de quase nenhum recurso, o prostraram no leito. Santíssimo Sacramento, por sua vez, era uma povoação de acanhadas possibilidades, principalmente no que se referia à assistência médica. Assim, Dr. Blumenau viu-se forçado a regressar ao Desterro e dali ao Rio de Janeiro. Mas seus planos estavam assentados: iria requerer as terras marginais do rio Itajaí-Açú, para nelas instalar uma colônia alemã.

Associou-se a outro alemão, Fernando Hackradt, e no início de 1848 ambos subiram o Rio Itajaí-Açú, de canoa, em viagem de exploração, guiados pelo caboclo Ângelo Dias.
Dr. Blumenau e Hackradt escolheram um local entre as confluências dos ribeirões da Velha e do Garcia para a construção dos ranchos indispensáveis ao início dos trabalhos. Blumenau deixou seu sócio à margem do Velha, dando início a esses trabalhos, e foi-se ao Desterro, a fim de legalizar o empreendimento. Em princípio, tudo correu bem. A Comissão de Colonização deu parecer favorável. A Assembleia discutiu o projeto e parecer e votou uma lei, aprovando-os. O Presidente da Província, Antero José Ferreira de Brito, homem de larga visão, vetou a lei, por entender que ela fora malfeita. Vetou-a para que a Assembleia não entendesse uma coisa, a Presidência da Província outra e a Sociedade de Proteção aos Emigrantes Alemães, de Hamburgo, não entendesse nem uma coisa nem outra, e sim a sua vontade. Na discussão do veto, as coisas se complicaram.

Na opinião de Silva (1950) se, por um lado, esse transtorno causou grandes aborrecimentos a Blumenau, por outro lado foi providencial, pois justamente nessa época aconteceu que a sociedade de Proteção aos Emigrantes Alemães, que Blumenau representava e em nome da qual pretendia a concessão de terras, dissolvera-se em Hamburgo. Mas, quem conhece a vida de Blumenau, sabe que ele era homem que não desanimava por pouca coisa. Pelo contrário. Era desses homens que, quando metem na cabeça que precisam conseguir isto ou aquilo, conseguem-no, seja lá à custa de quantos sacrifícios forem necessários. E assim, obteve, afinal, licença do Presidente da Província para tentar, a título precário, a colonização das terras que pretendia e que lhe seriam transferidas depois que se desse início aos serviços e chegassem os primeiros imigrantes.

Partiu Dr. Blumenau para o Rio de Janeiro e recorreu ao Imperador. Não recebeu mais do que promessas. Fiado de promessas, segue para Alemanha, onde publica folhetos de propaganda, visita amigos influentes, vence inúmeras dificuldades que os inimigos velados, no propósito de desviar correntes imigratórias da Alemanha, o Chile e a Argentina lhe punham no caminho. Consegue, afinal, dezessete compatriotas que se prontificaram a seguir para o Brasil e dar começo aos trabalhos da colonização. Também obteve, na Alemanha, reforço de capital com empréstimos e a venda de alguns bens que possuía. Entregou a seu sobrinho Reinhold Gaertner, a tarefa de guiar os primeiros colonos da Alemanha até a barra do Ribeirão da Velha, em Blumenau, e partiu novamente com um veleiro para o Brasil. Queria que tudo estivesse preparado quando o primeiro grupo de imigrantes chegasse à Colônia Blumenau. Mas, novos transtornos e grandes decepções o aguardavam.

Seu sócio, Fernando Hackradt, que ele deixara à margem do Velha, entregandol-he soma regular de dinheiro para os trabalhos indispensáveis à recepção dos primeiros imigrantes, havia mandado construir apenas alguns ranchos mal-ajeitados e um engenho que mal serrava. Nada de plantações, nada de útil à obra de maior urgência que seria, naquele momento, necessária para abrigar os dezessete imigrantes alemães que estavam para chegar. Blumenau desfez a sociedade com Hackradt, que se retirou para Desterro (SILVA, 1950).Dr. Blumenau, sozinho, meteu as mãos na ingrata tarefa de levar adiante, quase sem recursos financeiros, o estabelecimento que idealizou e que lhe daria ainda muitas dores de cabeça, muitos desgostos e aborrecimentos.

Depois de longa travessia, chegam, finalmente, à Capital da Província, os dezessete primeiros imigrantes, incluindo nesse número o sobrinho de Blumenau, Reinhold Gaertner, que foi, durante anos seguidos, um auxiliar dedicado e eficiente de Blumenau. Conforme José Ferreira da Silva (1950), um desses dezessete imigrantes escreveu num jornal, por ocasião do cinquentenário de Blumenau: “O veleiro Christian Mathias Schroeder chegou a Santos no dia 21 de agosto de 1850, após uma viagem de 72 dias. Despois, os dezessete imigrantes seguiram viagem com o mesmo veleiro até Desterro, onde permaneceram na Alfândega por alguns dias, seguindo, depois, num iate para Itajaí, donde seguiram viagem pelo Rio Itajaí-Açú até a altura do Belchior. Desse ponto, o iate não podia seguir e os dezessete imigrantes continuaram viagem em uma balsa até à margem do Velha, onde chegaram a 02 de setembro de 1850”.

Silva (1950) afirma que a história de Blumenau pode ser dividida em três períodos distintos. O primeiro abrange o decênio de 02 de setembro de 1850, data de chegada dos primeiros imigrantes, até 1860, quando a colônia passou até o domínio imperial. O segundo período vai de 1860 até 1883, ano em que a colônia foi emancipada, instalandose o município de Blumenau. E o terceiro vai de 1883 até aos nossos dias, que encerra a história do município. O começo foi difícil. Em plena mata virgem, os colonos se puseram em luta com a natureza luxuriante e eslumbradora ao mesmo tempo em que guardavam os seus perigos. Os imigrantes, sem perda de tempo, começaram a abrir clareiras e a construir ranchos para moradas provisórias. As clareiras iam-se cobrindo, pouco a pouco, com plantações. Verdejava o milho entre os troncos queimados das velhas árvores sacrificadas. A cana, o aipim, as batatas cresciam com rapidez, graças à fertilidade espantosa da terra cujo seio era rasgado pela primeira vez.

As picadas começaram a se estender de um lado para outro. As velhas árvores caíam aos golpes do machado e iam servir de vigas, traves e barrotes ao engenho de serrar ou às primitivas e toscas casas dos imigrantes. As terras foram sendo medidas. As roçadas e picadas foram se ampliando. Foi preparado um barracão para servir de abrigo para 80 a 100 novos imigrantes. Aos poucos, novos colonos iam chegando. Os primeiros, que se sucederam aos 17 imigrantes pioneiros, vieram pelo porto de São Francisco. Em fins de 1852, a população da colônia era de 134 habitantes. A maioria tinha uma profissão, havendo: um médico; um professor; um jardineiro formado no Jardim Botânico de Berlim; um veterinário; um ferreiro; um armeiro; um torneiro; dois alfaiates; dois sapateiros; um pedreiro-escultor; um cavouqueiro; três marceneiros; um construtor de engenhos; um moleiro; dois carpinteiros; um tanoeiro e os demais eram lavradores. Mas todos, além de trabalharem ocasionalmente nas respectivas profissões, cuidavam especialmente da lavoura.

Nos primeiros tempos não havia escola e apesar da falta de um lugar apropriado, a colônia não se descuidava das questões religiosas, pois tanto Blumenau quanto seus colonos eram profundamente religiosos. Assim, reuniam-se aos domingos no rancho de recepção dos imigrantes e celebravam, entre si, o ofício divino. Em 1855 começou a funcionar a primeira escola, época em que os ofícios religiosos luteranos eram celebrados pelo Pastor Oswaldo Hesse, contratado pelo Dr. Blumenau. Os poucos colonos católicos (em 1853, eram apenas 3), percorriam a pé, aos domingos, as duas léguas para fazer suas preces na pequena capela de São Pedro Apóstolo (Gaspar).

Não foram fáceis aqueles anos para o Dr. Blumenau. Durante 10 anos, administrou a colônia com seus próprios recursos. A gestão particular fora eficiente, o empreendimento progredira e prosperava satisfatoriamente, mas o seu desenvolvimento fora lento. Dr. Blumenau andava doente e desesperado. Desde o seu início, a empresa lutou com dificuldades financeiras. As dívidas se acumulavam e a venda das terras nada rendia. E assim, em meados de 1859, seguiu Dr. Blumenau à Corte onde, num desesperado esforço, conseguiu de D.Pedro II, que sempre se mostrara seu amigo e protetor, que o Governo Imperial encampasse a empresa e a salvasse da ruína iminente. Naquele tempo, a população era de 943 habitantes, dos quais 553 eram homens e 390 eram mulheres. Destes, 64 (7%) eram católicos e 879 (93%) eram luteranos (SILVA, 1950).

A partir de 1860, a Colônia São Paulo de Blumenau (atual Blumenau) deixou de ser propriedade particular do Dr. Blumenau. Atendendo a seu próprio pedido, em 31 de janeiro de 1860, por acordo celebrado com o Governo Imperial na Repartição Geral das Terras Públicas, Hermann Bruno Otto Blumenau vendia o empreendimento que era obra sua, realização do seu esforço, da sua tenacidade, do seu idealismo. Pelo acordo firmado, Dr. Blumenau obrigava-se, porém, na qualidade de Diretor, a prestar à colônia os serviços que lhe fossem exigidos, cargo que exerceu até fins de 1883.

Passados os primeiros anos de trabalho árduo e desenvolvimento lento, a colônia começava a entrar num ritmo de progresso animador, prometendo dias mais suaves ao seu fundador (D’AMARAL, 1950). Embora continuasse a administrar a colônia, foi expedido um novo regulamento e, em decorrência do novo regramento, com o passar dos anos modificou-se o aspecto geopolítico da colônia. Até 1860 Dr. Blumenau era o orientador exclusivo da imigração que fizera quase que sistematicamente com alemães do norte e de confissão luterana. A partir do momento em que Dr. Blumenau vendeu seu empreendimento, sua influência no recrutamento do elemento humano não foi mais a mesma, pois tinha que obedecer à orientação do Governo, que era um pouco diferente da sua (D’AMARAL, 1950).

Os imigrantes alemães de confissão católica, que era a religião oficial do Estado ao tempo
do Império e única reconhecida pelo Governo Imperial, começaram a aparecer em maior
número, seguidos, mais tarde, por colonos de outras origens. Quando a Prússia saiu vitoriosa
da guerra com a França, cresceu, em certos círculos brasileiros, o receio da expansão da
colonização alemã maciça, compacta, em núcleos fechados e cinco anos depois apareceram
no Vale do Itajaí os primeiros colonos tiroleses-austríacos que foram localizados em Rodeio,Rio dos Cedros, Dr. Pedrinho e em outros locais. A maioria desses colonos, apesar de falarem um dialeto italiano, falavam também o alemão pois eram tiroleses austríacos e só após a Primeira Guerra é que uma parte do sul do Tirol - Trento - foi anexada à Itália. Mais tarde, vierem também os imigrantes austríacos, russos, poloneses, suecos, dentre outros, continuando esse movimento imigratório misto até aproximadamente 1900. Na opinião de D’Amaral, a incorporação do empreendimento ao patrimônio nacional determinou a imigração mista que, talvez, nunca tivesse tido lugar se a empresa continuasse particular.

A propaganda feita pelo Dr. Blumenau na Alemanha referente ao progresso do seu empreendimento e as notícias que atravessavam o Atlântico dando conta da fertilidade e magnificência da terra devem ter contribuído para dissipar o receio que o emigrante tinha de trocar o conforto do grau de civilização e cultura que a Alemanha atingira pela falta de comodidade e incerteza que o esperava na mata virgem em terras do Brasil. Tinha-se a certeza de que, trabalhando, aqui se venceria e esta é, possivelmente, uma das razões que, a partir de 1860, motivaram o aparecimento dos primeiros imigrantes com dinheiro próprio. Com o passar dos anos, a colônia crescia a olhos vistos e seguindo a tradição que Dr. Blumenau havia impresso ao seu sistema de colonização, ao lado do campo, sempre estava um pequeno artesão.

A colônia desenvolveu-se continuamente e, pela Lei nº 860, de 04 de fevereiro de 1880, Blumenau foi elevado a município. Em 1886, foi criada a comarca de Blumenau, instalada em 1890. A ex-colônia atingira a sua maioridade plena e uma nova etapa se abria aos seus destinos. Em 2016, a extensão territorial de Blumenau é pequena, se comparada ao que foi quando da sua fundação. Mas os braços de Blumenau se estenderam muito mais do que o velho colonizador sequer imaginaria e hoje os vários municípios que compõem o Vale do Itajaí e o Alto Vale do Itajaí, de forma mais ou menos direta, são resultado da ação visionária e firme do grande homem que foi Hermann Bruno Otto Blumenau.

Fonte: Famílias de origem alemã no estado de Santa Catarina. Volume I = Familien deutscher Abstammung in Santa Catarina – Band I / GenealogiaRS (Org.) – Porto Alegre: EST Edições, 2017.

Dies ist ein Unterprojekt im Zusammenhang mit dem größten deutschen Einwandererprojekt nach Brasilien

Dieses Unterprojekt zielt darauf ab, genealogische Daten von deutschen Einwanderern zu organisieren, die nach Brasilien kamen und in der São Paulo Colony of Blumenau im Bundesstaat Santa Catarina installiert wurden.

Die bereits identifizierten Einwanderer stehen auf der Profilliste dieses Unterprojekts.

Als Dr. Blumenau, 1850, den ersten Kolonialkern gegründete, der sich im Laufe der Jahre zu einer blühenden Kolonie entwickelte, gehörte das Land der Ponta Aguda, am linken Ufer des Flusses und ein wenig unterhalb des rechten Ufers, bereits anderen Bewohner. Also kaufte Dr. Blumenau mehrere Komplexe Land aus zweiter Hand. Unter den Siedlern, die sich bereits am Ufer des Itajaí Flusses, vor der Blumenau-Stiftung, befanden, gab es eine
Reihe von Deutschen, die aus der Kolonie St. Pedro de Alcântara kamen und große Flächen dort besitzten.

Das Ziel von Dr. Blumenau war, nicht eine Kolonie, in dem riesigen geworbenen Gebiete, von Kolonisten zu gründen, sondern er wollte dort ein großes landwirtschaftliches Betrieb installieren, und die Kolonisten, mit denen er am 2. September 1850 kam, würden seine Angestellte und Arbeiter zu gleich sein. Erst nach der zweiten und dritten Welle von
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immer als den genauen Tag der Stiftung der Stadt erwähnt. Während der Zeit, in der Dr. Blumenau seine Einrichtung verwaltete, das heißt, von der Entstehung zur politischen Emanzipation, wurde das Gründungsdatum als vom 28. August 1852 wahrgenommen, vom Gründer selbst amtiert, denn es war an diesem Tag, Monat und Jahr, in dem die ersten zehn Kolonie Grundstücke verteilt, ordnungsgemäß gemessen, abgegrenzt und legalisiert wurden.
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Recht an den versteigerten Eigentum, kein besseres Datum sein könnte zur Beginung einer Kolonisierung. Die ersten Siedler erhielten die Grundstücke kostenlos, sollten jedoch die Kosten der Messung und der Abgrenzung, mindestens in 6 Monate, zahlen und waren auch den Regeln der Kolonie unterworfen, welche gemeinsam zwischen Dr. Blumenau und den Kolonisten erstellt wurden.

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Gründungsdatum von Blumenau zu erklären, Zeitpunkt der tatsächlichen Ankunft der ersten siebzehn Einwanderer, denn es war wirklich, mit der Ankunft der ersten 17 Einwanderer, 􀁇􀁄􀈕􀀃􀁇􀁄􀁖􀀃􀀯􀁈􀁅􀁈􀁑􀀃􀁌􀁑􀀃􀁇􀁈􀁕􀀃􀀮􀁒􀁏􀁒􀁑􀁌􀁈􀀃􀁅􀁈􀁊􀁄􀁑􀁑􀀑􀀃􀀹􀁒􀁑􀀃􀁇􀁒􀁕􀁗􀀃􀁄􀁑􀀃􀁚􀁘􀁕􀁇􀁈􀁑􀀃􀁇􀁌􀁈􀀃􀀳􀁏􀁬􀁑􀁈􀀃􀁘􀁑􀁇􀀃􀁌􀁋􀁕􀁈􀀃􀀸􀁐􀁖􀁈􀁗􀁝􀁘􀁑􀁊􀀃
eingeleitet.

José Ferreira da Silva (1950), großer Forscher, schreibt mit Eigenschaft über die Geschichte Blumenaus in der Jubiläumsausgabe der hundertjährigen Gründungsfeier der 􀀶􀁗􀁄􀁇􀁗􀀑􀀃 􀀶􀁌􀁏􀁙􀁄􀀃 􀁅􀁈􀁕􀁌􀁆􀁋􀁗􀁈􀁗􀀏􀀃 􀁇􀁄􀈕􀀃 􀀫􀁈􀁕􀁐􀁄􀁑􀁑􀀃 􀀥􀁕􀁘􀁑􀁒􀀃 􀀲􀁗􀁗􀁒􀀃 􀀥􀁏􀁘􀁐􀁈􀁑􀁄􀁘􀀏􀀃 􀁌􀁑􀀃 􀀔􀀛􀀗􀀙􀀃 􀁙􀁒􀁑􀀃 􀀫􀁄􀁐􀁅􀁘􀁕􀁊􀀃 􀁑􀁄􀁆􀁋􀀃 Brasilien abgereist ist, mit dem Segelboot Johannes, als der Repräsentant im Süden Brasiliens, in Auftrag der Gesellschaft zum Schutz der deutschen Auswanderern. In den Worten von Silva (1950), sind die Ereignisse, die bis zur endgültigen Auflösung der Kolonisierung, auf
eigene Faust gefolgt, gehören nicht wirklich der Geschichte der Stadt, sondern führen an das Land des Itajaí Açú Flusses, mit der Ankunft der ersten 17 Einwanderer und die ersten zehn Jahren des Entstehens des Betriebes, welche so eng mit dem Leben des Gründers 􀁙􀁈􀁕􀁅􀁘􀁑􀁇􀁈􀁑􀀃􀁖􀁌􀁑􀁇􀀏􀀃􀁇􀁄􀈕􀀃􀁐􀁄􀁑􀀃􀁑􀁌􀁆􀁋􀁗􀀃􀂁􀁅􀁈􀁕􀀃􀁇􀁌􀁈􀀃􀁈􀁌􀁑􀁈􀀃􀁖􀁓􀁕􀁈􀁆􀁋􀁈􀁑􀀃􀁎􀁄􀁑􀁑􀀏􀀃􀁒􀁋􀁑􀁈􀀃􀁇􀁌􀁈􀀃􀁄􀁑􀁇􀁈􀁕􀁈􀀃􀁌􀁑􀀃􀀨􀁕􀁌􀁑􀁑􀁈􀁕􀁘􀁑􀁊􀀃
zu bekommen. Deshalb sprechen wir hier etwas über das Leben von Hermann Blumenau in den Jahren vor der Gründung der Kolonie Blumenau.

Bereits studierter Philosoph, reiste Dr. Hermann Blumenau, im April 1846, nach Brasilien. Er ging nach Rio Grande do Sul und untersuchte dort die Situation der deutschen Kolonien; er hat sich, im ganzen, in der Hauptstadt des Kaiserreiches (Rio de Janeiro), für acht Monate aufgehalten, in denen er zusätzlich mit Problemen zu tun hatte, die mit der Legalisierung der Gesellschaft zum Schutz der deutschen Auswanderern verbunden waren, 􀁇􀁈􀁕􀁈􀁗􀁚􀁈􀁊􀁈􀁑􀀃􀁈􀁕􀀃􀁘􀁑􀁗􀁈􀁕􀁚􀁈􀁊􀁖􀀃􀁚􀁄􀁕􀀏􀀃􀁚􀁒􀁅􀁈􀁌􀀃􀁈􀁕􀀃􀁖􀁌􀁆􀁋􀀃􀂁􀁅􀁈􀁕􀀃􀁄􀁏􀁏􀁈􀁖􀀃􀁅􀁈􀁕􀁌􀁆􀁋􀁗􀁈􀁑􀀃􀁏􀁌􀁈􀈕􀀏􀀃􀁚􀁄􀁖􀀃􀁌􀁑􀀃􀀥􀁈􀁝􀁌􀁈􀁋􀁘􀁑􀁊􀀃􀁐􀁌􀁗􀀃
den Problemen der Einwanderung und Kolonisation stand. Als 1847 er bereits perfekt die 􀀶􀁓􀁕􀁄􀁆􀁋􀁈􀀃􀁇􀁈􀁖􀀃􀀯􀁄􀁑􀁇􀁈􀁖􀀃􀁅􀁈􀁋􀁈􀁕􀁕􀁖􀁆􀁋􀁗􀁈􀀏􀀃􀁙􀁈􀁕􀁏􀁌􀁈􀈕􀀃􀁈􀁕􀀃􀀵􀁌􀁒􀀃􀁇􀁈􀀃􀀭􀁄􀁑􀁈􀁌􀁕􀁒􀀏􀀃􀁐􀁌􀁗􀀃􀁇􀁈􀁕􀀃􀀥􀁈􀁖􀁗􀁌􀁐􀁐􀁘􀁑􀁊􀀃􀁖􀁌􀁆􀁋􀀃􀁑􀁄􀁆􀁋􀀃
Desterro (derzeit Florianópolis), die Hauptstadt der Provinz Santa Catharinas, zu versetzen.

Er besuchte St. Pedro de Alcântara, eine Kolonie, welche im Jahre 1828, in der Nähe der Hauptstadt von Santa Catharina, gegründet worden war und, von dort, reiste er, einige Zeit zu Fuß, einige Zeit auf dem Pferderücken und noch eine andere Zeit mit dem Wagen, in die Gemeinde des Santíssimo Sacramento (derzeit Itajaí), an der Mündung des Itajaí Açú Flusses gelegen. Dr. Blumenau kam jedoch krank dort an. Das Schlechte Wetter, die
anstrengenden Wanderungen, die Bedürfnisse der Reise nach einem Gebiet, welches wenig oder gar keine Ressourcen bietete, lassen ihn ins Bett fallen. Santíssimo Sacramento war eine Ortschaft mit dürftigen Möglichkeiten, vor allem wenn es um die Gesundheitsversorgung kam. So sah sich Dr. Blumenau gezwungen zurück nach Desterro zu reisen und von dort, zurück nach Rio de Janeiro. Aber seine Pläne blieben dieselben: er würde sich Land am
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eine Partnerschaft mit einem anderen deutschen, Fernando Hackradt, und beide begannen 1848 eine Entdeckungsreise mit dem Kanu im Itajaí Açú Flusse, angeführt von dem Caboclo Angelo Dias.

Dr. Blumenau und Hackradt wählten eine Lage zwischen der Mündung der Ströme der Velha und Garcia, um die notwendigen ranchos, zum Beginn der Arbeit, zu bauen. Blumenau hinterließ seinen Partner am Rande der Velha, damit dieser mit der Arbeit beginnt, und reiste nach Desterro, um das Unternehmen zu legalisieren. Im Prinzip ist alles gut gelaufen. Die Besiedlungskommission gab ihre genehmigung ab. Die General-Versammlung diskutierte das Projekt, gab ihre Meinung und verabschiedete das Gesetz zur Genehmigung. Der Präsident der Provinz, Antero José Ferreira de Brito, ein weitsichtiger Mann, gab sein 􀁈􀁗􀁒􀀃􀁊􀁈􀁊􀁈􀁑􀀃􀁇􀁄􀁖􀀃􀀪􀁈􀁖􀁈􀁗􀁝􀀏􀀃􀁚􀁈􀁌􀁏􀀃􀁈􀁕􀀃􀁙􀁈􀁕􀁖􀁗􀁄􀁑􀁇􀀏􀀃􀁇􀁄􀈕􀀃􀁈􀁖􀀃􀁑􀁄􀁆􀁋􀁏􀁬􀁖􀁖􀁌􀁊􀀃􀁚􀁄􀁕􀀑􀀃􀀨􀁕􀀃􀁋􀁄􀁗􀀃􀁖􀁈􀁌􀁑􀀃􀀹􀁈􀁗􀁒􀀃􀁈􀁌􀁑􀁊􀁈􀁏􀁈􀁊􀁗􀀏􀀃
damit die General-Versammlung die Sache nicht verstand, der Vorsitzender der Provinz etwas anderers nicht verstand und Gesellschaft zum Schutz der deutschen Einwanderern, in Hamburg, weder das eine noch das andere verstand, sondern seinen Willen. Bei der Diskussion des Vetos wurde es kompliziert.

Nach Silva’s Meinung (1950), wenn auf der einen Seite, diese Störung großen Ärger Blumenau verursachte, auf der anderen war es eine Fügung, denn gerade zu dieser Zeit, löste sich, in Hamburg, die der Gesellschaft zum Schutz der deutschen Einwanderer auf, die Blumenau vertritt und in deren Namen er die Gewährung von den Grundstücken zu erhalten absichtigte. Aber wer das Leben von Blumenau kennt, weiß, dass er ein Mann war, der nicht durch wenig entmutigt wurde. Im Gegenteil. Er war einer dieser Männer, die, wenn sie sich 􀁈􀁗􀁚􀁄􀁖􀀃􀁌􀁑􀀃􀁌􀁋􀁕􀁈􀁑􀀃􀀮􀁒􀁓􀁉􀀃􀁊􀁈􀁖􀁈􀁗􀁝􀁗􀀃􀁋􀁄􀁗􀁗􀁈􀁑􀀏􀀃􀁇􀁄􀈕􀀃􀁖􀁌􀁈􀀃􀁇􀁌􀁈􀁖􀁈􀁖􀀃􀁒􀁇􀁈􀁕􀀃􀁍􀁈􀁑􀁈􀁖􀀃􀁅􀁈􀁎􀁒􀁐􀁐􀁈􀁑􀀃􀁚􀂁􀁕􀁇􀁈􀁑􀀏􀀃􀁈􀁊􀁄􀁏􀀃􀁚􀁄􀁖􀀃
es kostet, wie viele Opfer es benötigt, er würde es erreichen. Und so erhielt er endlich, die Lizenz des Präsidenten der Provinz, um, auf einer vorübergehenden Basis, die Besiedlung der Länderein zu versuchen, und die ihm, nach den eingeleiteten Dienstleistungen und der Ankunft der ersten Einwanderer, übertragen werden würden.

Dr. Blumenau reiste nach Rio de Janeiro und appellierte an den Kaiser. Er hat nichts mehr als Versprechungen erhalten. Vertraut an den Versprechungen, reist er nach Deutschland, wo er öffentliche Werbebroschüren verbreitete, einflussreiche Freunde besuchte, viele Schwierigkeiten überwindete, welche die verschleierten Feinde ihm in den Weg setzten, um den Versuch die Migrationsströme aus Deutschland, nach Chile und Argentinien abzulenken. Immerhin bekamm er siebzehn Landsleute, welche bereit waren nach Brasilien zu reisen und die Arbeit mit der Kolonisation zu starten. Auch in Deutschland bekamm er Kapitalverstärkung durch Kredite und dem Verkauf einiger Immobilien die er besaß. Er gab seinem Neffen Reinhold Gaertner, die Aufgabe, die ersten Kolonisten von Deutschland bis an der Barre des Ribeirão da Velha, in Blumenau, zu führen, und machte sich wieder mit einem Segelboot nach Brasilien auf. Er wollte alles bereit haben, wenn die erste Gruppe von Einwanderern auf die Kolonie Blumenau ankommen würde. Aber auch neue Probleme und große Enttäuschungen erwarteten ihn.

Sein Partner, Fernando Hackradt, den er am Ufer des Velha verließ, vem er eine regelmäßige Geldsumme geschickt hatte, die für die Aufnahmehäuser der ersten Einwanderer ausgegeben werden sollten, waren nur an einige schlechten bauten von Hütten angewand worden und an eine Mühle, die kaum zersägt. Nichts von Pflanzungen, nichts Nützliches, was mit größter Dringlichkeit fertig sein müsste, zur Zeit der Ankunft der siebzehn deutschen Einwanderer, kein brauchbares Haus. Blumenau brach die Gesellschaft mit Hackradt ab, welcher nach Desterro zurück ging (SILVA, 1950). Dr. Blumenau, allein, legte seine Hände an die undankbare Aufgabe, fast ohne finanziellen Mitteln, um die Einrichtung seines Traumes durchzuführen, welches ihm noch viele Probleme und Schwierigkeiten erstellen und noch eine Menge Kopfschmerzen geben würde.

Nach langer Reise, kamen schließlich die ersten siebzehn Einwanderer in die Provinzhauptstadt, darunter der Neffe von Blumenau, Reinhold Gaertner, der seit Jahren seine engagierte und effiziente Hilfe war. Gemäß José Ferreira da Silva (1950), einer jener siebzehn Einwanderer schrieb in einer Zeitung, anlässlich des fünfzigjährigen Jubileums von Blumenau: „Das Segelboot Christian Mathias Schröder kam in Santos, am 21. August 1850, nach einer 72-tägigen Reise, an. Dannach, fuhren die siebzehn Einwanderer auf dem gleichen Segelboot bis Desterro, wo sie beim Zoll für ein paar Tage geblieben sind, um dann eine Yacht nach Itajaí zu nehmen, womit sie bis dem Itajaí Açú, auf die Höhe von Belchior fuhren. Von diesem Punkte aus, konnte die Yacht nicht weiter fahren und die siebzehn Einwanderer mussten ihre Fahrt weiter auf einer Fähre fortsetzen, bis zum Ufer der Velha, wo sie am 2. September 1850 ankamen.”

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eingeteilt werden kann. Der erste umfasst die Dekade vom 2. September 1850, zum Zeitpunkt der Ankunft der ersten Einwanderer, bis 1860, als die Kolonie dem Kaisertum übergeben wurde. Die zweite Periode geht von 1860 bis 1883, dem Jahr, in dem die Kolonie emanzipiert wurde, um sich in die Stadt Blumenau zu verwandeln. Und die dritte geht von 1883 bis heute, wo sich die Geschichte der Stadt beendet. Der Anfang war schwierig. Im
geschlossenen Urwald setzen sich die Siedler im Kampf mit der üppigen und blendenden Natur, die gleichzeitig ihre Gefahren schützt. Ohne Zeitverlust, begannen die Einwanderer Lichtungen zu öffnen und Hütten für provisorische Adressen zu bauen. Die Lichtungen wurden, nach und nach, durch Pflanzungen ersetzt. Es grünte der Mais zwischen den verbrannten Stämmen der alten geopferten Bäume. Zuckerrohr, Maniok und Kartoffeln wuchsen schnell, dank der erstaunlichen Fruchtbarkeit der Erde, deren Brust man zum ersten Mal riss.

Wege begannen sich von einer Seite zur anderen zu erweitern. Alte Bäume fielen auf die Axt Schläge und dienten als Balken, Bohlen und Balken zum fräsen beim sägen oder als primitive und rohe Häuser für Einwanderer. Die Grundstücke wurden gemessen. Die Ackerflächen und Wege wurden immer größer. Ein Schuppen stand bereit für 80 bis 100 neue Einwanderer, um Schutz zu bieten. Nach und nach kamen neue Kolonisten. Die ersten, welche den 17 Pionieren Einwanderer folgten, kamen durch den Hafen von San Francisco. Ende 1852, zählte die Bevölkerung der Kolonie 134 Einwohner. Die meisten hatten einen Beruf, und es gab: einen Arzt; ein Lehrer; ein Gärtner, welcher vom Berliner Botanischen Garten gebildet worden war; ein Tierarzt; ein Schmied; ein Büchsenmacher; ein Drechsler; zwei Schneider; zwei Schuhmacher; ein Steinmetz und ein Bildhauer; ein Vorarbeiter; drei Schreiner; ein Mühlen Bauer; ein Müller; zwei Schreiner; ein Faßbinder und die anderen waren Bauern. Aber alle arbeiten zusätzlich, gelegentlich, an ihrem Beruf, sorgten sich aber or allem um die Ernte.

In den frühen Tagen gab es keine Schule und trotz des Mangels einer geeigneten Stelle, vernachlässigte die Kolonie nicht die religiösen Themen, da sowohl Blumenau als seine Kolonisten sehr religiös waren. So versammelten sie sich am Sonntag in den Empfangshaus für den Einwanderern und feierten, unter sich, das Gottesdienst. 1855 begann die erste Schule, zur Zeit, als die lutherische Gottesdienste von Pastor Oswaldo Hessen gefeiert
wurden, welcher von Dr. Blumenau angestellt worden war. Die wenigen katholischen Kolonisten (1853 waren es nur 3), gingen, am Sonntag, zwei Légoas zu Fuß, um ihre Gebete in der kleinen Kapelle von St. Peter der Apostel (Gaspar) zu machen.

Es waren keine leichten Jahren für Dr. Blumenau. 10 Jahre lang hat er die Kolonie mit seinen eigenen Mitteln verwaltet. Das private Management war effizient, das Projekt war fortgeschritten und gediehte zufriedenstellend, aber die Entwicklung war langsam. Dr. Blumenau wurde krank und verzweifelt. Seit der Gründung, kämpfte das Unternehmen mit finanziellen Schwierigkeiten. Die Schulden wurden immer häufiger und der Verkauf von Grundstücken ergab nichts. Und so, wandte sich Dr. Blumenau, Mitte 1859, an das Kaiserhof von D. Pedro II, der immer sein Freund und Beschützer gewesen war, als ein 􀁙􀁈􀁕􀁝􀁚􀁈􀁌􀁉􀁈􀁏􀁗􀁈􀁕􀀃􀀹􀁈􀁕􀁖􀁘􀁆􀁋􀀏􀀃􀁇􀁄􀈕􀀃􀁇􀁌􀁈􀀃􀀵􀁈􀁌􀁆􀁋􀁖􀁕􀁈􀁊􀁌􀁈􀁕􀁘􀁑􀁊􀀃􀁖􀁈􀁌􀁑􀀃􀀸􀁑􀁗􀁈􀁕􀁑􀁈􀁋􀁐􀁈􀁑􀀃􀂁􀁅􀁈􀁕􀁑􀁄􀁋􀁐􀀃􀁘􀁑􀁇􀀃􀁌􀁋􀁑􀀃􀁙􀁒􀁑􀀃
seinen drohenden Untergang rettete. Zu dieser Zeit betrug die Bevölkerung 943 Einwohner, von denen 553 von männlichen Geschlechte und 390 von weiblichen Geschlechte waren. Davon waren 64 (7%) Katholiken und 879 (93%) Lutheraner (SILVA, 1950).

Er besuchte St. Pedro de Alcântara, eine Kolonie, welche im Jahre 1828, in der Nähe
der Privateigentum von Dr. Blumenau. Aufgrund seines eigenen Wunsches, wurde am 31.Januar 1860, durch eine Vereinbarung mit der Reichsregierung und Hermann Bruno Otto Blumenau, im General Bureau der Schutzgebiete, das Unternehmen verkauft, das Ergebnis seiner Arbeit, seiner Bemühungen, seiner Hartnäckigkeit, seiner Zähigkeit, seines Idealismus. Durch die unterzeichnete Vereinbarung, war aber Dr. Blumenau verpflichtet, als Direktor der Gemeinschaft, erforderliche Dienstleistungen zu erbringen, die eine Position als Direktor erfordern, welche er bis Ende 1883 gehalten hat.

Nach den ersten Jahren harter Arbeit und einer langsamen Entwicklung, begann die Kolonie einen Rhythmus zu bekommen, Fortschritt zu fördern, und versprach mildere Tag seinem Gründer (D’AMARAL, 1950). Obwohl er die Kolonie weiterhin verwaltete, wurde eine neue Verordnung herausgegeben, und als Ergebnis dieser neuen Verordnung, hat sich im Laufe der Jahre das geopolitische Aspekt der Kolonie verändert. Bis 1860 war Dr. Blumenau der exklusive Berater der Einwanderung, etwas fast systematisches, was mit den deutschen von den Norden und aus lutherischen Bekenntnisses gemacht wurde. Von dem Moment, als Dr. Blumenau sein Unternehmen verkauft hatte, war sein Einfluss bei der Rekrutierung des menschlichen Elements nicht mehr das gleiche, denn er musste der Führung der Regierung gehorchen, welche ein wenig anders war als die seine (D’AMARAL, 1950).

Die deutschen Einwanderer katholischer Konfession, welche die anerkannte offizielle Religion des Staates in den Zeiten der Reichsregierung war, begann in größerer Zahl zu erscheinen, später gefolgt von Kolonisten aus anderen Herkünften. Als Preußen siegreich im Krieg mit Frankreich wurde, wuchs in einigen brasilianischen Kreisen die Angst vor einer massiven, kompakten Erweiterung der deutschen Kolonisation in geschlossenen Zentren und fünf Jahre später, erschienen im Itajai-Tale die ersten österreichischen Tiroler Kolonisten, die sich in Rodeio, Rio dos Cedros, Dr. Pedrinho und anderswo angesiedelt haben. Die meisten dieser Kolonisten, obwohl sie einen italienischen Dialekt sprachen, sprachen auch deutsch, weil sie österreichische Tiroler waren und erst nach dem Ersten Weltkrieg, wurde ein Teil von Südtirol - Trento – Italien beigefügt. Später kamen auch österreicher, russen, polen, schwede, unter andere Einwanderer, bis es zu dieser gemischten Wanderungsbewegung, welche bis ca. 1900 andauerte, führte. Nach Ansicht von D’Amaral, bestimmte die Einbeziehung des Projekts an das nationale Erbe diese gemischte Einwanderung, welche nie stattgefunden hätte, wenn das Unternehmen privat geblieben wäre.

Die Werbung von Dr. Blumenau in Deutschland, in Bezug auf die Fortschritte seines Unternehmens, und die Nachrichten über den Atlantik, welche über die Fruchtbarkeit und die Pracht des Landes realisierten, müssen dazu beigetragen haben, Ängste auszuräumen, die der Einwanderer über den Mangel an Komfort und Unsicherheit der Zivilisation und der Kultur, die Deutschland erreicht hatte, zu ändern, die ihn in den Urwald in Brasilien erwarteten. Man müsste dafür sorgen, dass sie hier arbeit gewinnen und es schaffen würden, was vielleicht einer der Gründe war, welches, im Jahr 1860, die ersten Einwanderer mit eigenen Geld hierher geführt haben. Im Laufe der Jahre wuchs die Kolonie sichtbar und nach der Tradition, die Dr. Blumenau seinem Einwanderungssystem geprägt hatte, neben der Feldarbeit, gab es immer einen kleinen Handwerker.

Die Kolonie hat sich kontinuierlich entwickelt und durch das Gesetz Nr. 860 vom 4. Februar 1880, wurde Blumenau zu Stadt erhöht. Im Jahr 1886 wurde das Bezirk von Blumenau geschaffen, im Jahr 1890 installiert. Die ehemalige Kolonie hatte ihr volles Alter erreicht und eine neue Etappe eröffnet. 2016 ist die territoriale Ausdehnung von Blumenau noch klein, im Vergleich zu dem, was es war, als sie gegründet wurde. Aber die Arme von Blumenau verbreiteten sich viel mehr als der alte Ansiedler es sich heute vorstellen können und die verschiedenen Gemeinden, die das Itajaí-Tal und den Alto Vale do Itajaí bilden, sind mehr oder weniger, das Ergebnis des Visionärs und entschlossenes Handelns des großen Mannes, Hermann Bruno Otto Blumenau.

Quelle: Famílias de origem alemã no estado de Santa Catarina. Volume I = Familien deutscher Abstammung in Santa Catarina – Band I / GenealogiaRS (Org.) – Porto Alegre: EST Edições, 2017.

Este é um subprojeto relacionado ao Projeto Maior Imigrantes Alemães ao Brasil

Este subprojeto visa organizar dados genealógicos dos imigrantes alemão que vieram ao Brasil e foram instalados na Colônia São Paulo de Blumenau, no estado de Santa Catarina.

Os imigrantes já identificados estão na lista de perfis deste subprojeto,

Quando o Dr. Blumenau fundou, em 1850, o primeiro núcleo colonial, que no decorrer dos anos se desenvolveu para uma próspera colônia, as terras da Ponta Aguda, na margem esquerda do rio e um pouco mais abaixo na margem direita, já pertenciam a outros. Dr. Blumenau, portanto, comprou vários complexos de terras de segunda mão. Entre os colonos que já se encontravam às margens do Rio Itajaí, antes da fundação de Blumenau, havia um certo número de alemães que veio da Colônia São Pedro de Alcântara e que dispunha de grandes áreas de terras.

O objetivo do Dr. Blumenau não era fundar uma colônia de colonos, mas queria, na vasta área por ele adquirida, instalar um grande estabelecimento agrícola e os primeiros colonos com os quais veio em 2 de setembro de 1850, seriam funcionários e trabalhadores no mesmo. Só depois que já tinham chegado uma segunda e terceira levas de imigrantes é que o Dr. Blumenau viu que não seria bem-sucedido em seus propósitos e assim deixou medir vários pedaços de terras maiores, os quais leiloou no dia 28 de agosto de 1852, data que o Dr. Blumenau, em seus futuros relatórios, sempre mencionou como sendo o dia exato da fundação da cidade. Durante o tempo em que o Dr. Blumenau dirigiu o seu estabelecimento, isto é, desde a sua criação até a emancipação política, a data de fundação era tida como a de 28 de agosto de 1852, oficializada pelo próprio fundador, pois foi naquele dia, mês e ano, que foram distribuídos os primeiros dez lotes coloniais, devidamente medidos, demarcados e legalizados. Achou o Dr. Blumenau que, ligando definitivamente os seus colonos à terra, pelo direito de propriedade dos lotes arrematados, nenhuma outra data melhor serviria como a do início da sua colonização. Os primeiros colonos recebiam o lote gratuitamente, deveriam, porém, pagar as custas da medição e demarcação no prazo mínimo de 6 meses e ficavam sujeitos aos estatutos da colônia, estabelecidos em comum entre o Dr. Blumenau e os colonos.

Em 1900, a Câmara resolveu, por unanimidade de votos, decretar a data de 2 de setembro, data de chegada efetiva dos primeiros dezessete imigrantes, como sendo a data de fundação de Blumenau. Foi, realmente, com a chegada dos primeiros 17 imigrantes que começou a vida na colônia. Dali se traçaram os planos e deu-se início à sua execução. José Ferreira da Silva (1950), grande pesquisador, escreve com propriedade sobre a história de Blumenau na obra comemorativa ao centenário da cidade. Silva informa que Hermann Bruno Otto Blumenau, comissionado no posto de representante, no sul do Brasil, da Sociedade de Proteção aos Emigrantes Alemães, partiu de Hamburgo para o Brasil em 1846, no veleiro Johannes. Nas palavras de Silva (1950), os acontecimentos que foram se sucedendo até a resolução definitiva de colonizar, por conta própria, as terras do Rio Itajaí-Açú, não pertenceram propriamente à história do município, porém os fatos que antecederam a chegada dos primeiros 17 imigrantes e os primeiros dez anos da vida do estabelecimento estão de tal forma ligados à vida do fundador que não se pode falar em um sem relembrar outros. Por isso, aborda-se aqui alguma coisa da vida de Hermann Blumenau nos anos que precederam a fundação da Colônia Blumenau.

Já formado em Filosofia, Dr. Hermann Blumenau partiu, em abril de 1846, para o Brasil. Foi ao Rio Grande do Sul e examinou a situação das colônias alemãs; esteve por oito meses consecutivos na Capital do Império (Rio de Janeiro) onde, além de tratar de assuntos que diziam respeito à legalização da Sociedade de Proteção aos Emigrantes Alemães, por conta da qual viajava, informou-se de tudo quanto se relacionasse com os problemas de imigração e colonização. Em 1847, já dominando perfeitamente a língua do país, deixou o Rio de Janeiro com destino ao Desterro (atual Florianópolis), capital da província catarinense.

Visitou São Pedro de Alcântara, colônia fundada em 1828 nas imediações da capital catarinense e, dali, viajou, um pouco a pé, um pouco a cavalo e outro pouco de carroça, para a freguesia do Santíssimo Sacramento (atual Itajaí), situada na embocadura do rio Itajaí-Açú. Dr. Blumenau chegou, porém, doente. O mau tempo, as caminhadas estafantes, as necessidades sofridas na jornada por zonas de quase nenhum recurso, o prostraram no leito. Santíssimo Sacramento, por sua vez, era uma povoação de acanhadas possibilidades, principalmente no que se referia à assistência médica. Assim, Dr. Blumenau viu-se forçado a regressar ao Desterro e dali ao Rio de Janeiro. Mas seus planos estavam assentados: iria requerer as terras marginais do rio Itajaí-Açú, para nelas instalar uma colônia alemã.

Associou-se a outro alemão, Fernando Hackradt, e no início de 1848 ambos subiram o Rio Itajaí-Açú, de canoa, em viagem de exploração, guiados pelo caboclo Ângelo Dias.
Dr. Blumenau e Hackradt escolheram um local entre as confluências dos ribeirões da Velha e do Garcia para a construção dos ranchos indispensáveis ao início dos trabalhos. Blumenau deixou seu sócio à margem do Velha, dando início a esses trabalhos, e foi-se ao Desterro, a fim de legalizar o empreendimento. Em princípio, tudo correu bem. A Comissão de Colonização deu parecer favorável. A Assembleia discutiu o projeto e parecer e votou uma lei, aprovando-os. O Presidente da Província, Antero José Ferreira de Brito, homem de larga visão, vetou a lei, por entender que ela fora malfeita. Vetou-a para que a Assembleia não entendesse uma coisa, a Presidência da Província outra e a Sociedade de Proteção aos Emigrantes Alemães, de Hamburgo, não entendesse nem uma coisa nem outra, e sim a sua vontade. Na discussão do veto, as coisas se complicaram.

Na opinião de Silva (1950) se, por um lado, esse transtorno causou grandes aborrecimentos a Blumenau, por outro lado foi providencial, pois justamente nessa época aconteceu que a sociedade de Proteção aos Emigrantes Alemães, que Blumenau representava e em nome da qual pretendia a concessão de terras, dissolvera-se em Hamburgo. Mas, quem conhece a vida de Blumenau, sabe que ele era homem que não desanimava por pouca coisa. Pelo contrário. Era desses homens que, quando metem na cabeça que precisam conseguir isto ou aquilo, conseguem-no, seja lá à custa de quantos sacrifícios forem necessários. E assim, obteve, afinal, licença do Presidente da Província para tentar, a título precário, a colonização das terras que pretendia e que lhe seriam transferidas depois que se desse início aos serviços e chegassem os primeiros imigrantes.

Partiu Dr. Blumenau para o Rio de Janeiro e recorreu ao Imperador. Não recebeu mais do que promessas. Fiado de promessas, segue para Alemanha, onde publica folhetos de propaganda, visita amigos influentes, vence inúmeras dificuldades que os inimigos velados, no propósito de desviar correntes imigratórias da Alemanha, o Chile e a Argentina lhe punham no caminho. Consegue, afinal, dezessete compatriotas que se prontificaram a seguir para o Brasil e dar começo aos trabalhos da colonização. Também obteve, na Alemanha, reforço de capital com empréstimos e a venda de alguns bens que possuía. Entregou a seu sobrinho Reinhold Gaertner, a tarefa de guiar os primeiros colonos da Alemanha até a barra do Ribeirão da Velha, em Blumenau, e partiu novamente com um veleiro para o Brasil. Queria que tudo estivesse preparado quando o primeiro grupo de imigrantes chegasse à Colônia Blumenau. Mas, novos transtornos e grandes decepções o aguardavam.

Seu sócio, Fernando Hackradt, que ele deixara à margem do Velha, entregandol-he soma regular de dinheiro para os trabalhos indispensáveis à recepção dos primeiros imigrantes, havia mandado construir apenas alguns ranchos mal-ajeitados e um engenho que mal serrava. Nada de plantações, nada de útil à obra de maior urgência que seria, naquele momento, necessária para abrigar os dezessete imigrantes alemães que estavam para chegar. Blumenau desfez a sociedade com Hackradt, que se retirou para Desterro (SILVA, 1950).Dr. Blumenau, sozinho, meteu as mãos na ingrata tarefa de levar adiante, quase sem recursos financeiros, o estabelecimento que idealizou e que lhe daria ainda muitas dores de cabeça, muitos desgostos e aborrecimentos.

Depois de longa travessia, chegam, finalmente, à Capital da Província, os dezessete primeiros imigrantes, incluindo nesse número o sobrinho de Blumenau, Reinhold Gaertner, que foi, durante anos seguidos, um auxiliar dedicado e eficiente de Blumenau. Conforme José Ferreira da Silva (1950), um desses dezessete imigrantes escreveu num jornal, por ocasião do cinquentenário de Blumenau: “O veleiro Christian Mathias Schroeder chegou a Santos no dia 21 de agosto de 1850, após uma viagem de 72 dias. Despois, os dezessete imigrantes seguiram viagem com o mesmo veleiro até Desterro, onde permaneceram na Alfândega por alguns dias, seguindo, depois, num iate para Itajaí, donde seguiram viagem pelo Rio Itajaí-Açú até a altura do Belchior. Desse ponto, o iate não podia seguir e os dezessete imigrantes continuaram viagem em uma balsa até à margem do Velha, onde chegaram a 02 de setembro de 1850”.

Silva (1950) afirma que a história de Blumenau pode ser dividida em três períodos distintos. O primeiro abrange o decênio de 02 de setembro de 1850, data de chegada dos primeiros imigrantes, até 1860, quando a colônia passou até o domínio imperial. O segundo período vai de 1860 até 1883, ano em que a colônia foi emancipada, instalandose o município de Blumenau. E o terceiro vai de 1883 até aos nossos dias, que encerra a história do município. O começo foi difícil. Em plena mata virgem, os colonos se puseram em luta com a natureza luxuriante e eslumbradora ao mesmo tempo em que guardavam os seus perigos. Os imigrantes, sem perda de tempo, começaram a abrir clareiras e a construir ranchos para moradas provisórias. As clareiras iam-se cobrindo, pouco a pouco, com plantações. Verdejava o milho entre os troncos queimados das velhas árvores sacrificadas. A cana, o aipim, as batatas cresciam com rapidez, graças à fertilidade espantosa da terra cujo seio era rasgado pela primeira vez.

As picadas começaram a se estender de um lado para outro. As velhas árvores caíam aos golpes do machado e iam servir de vigas, traves e barrotes ao engenho de serrar ou às primitivas e toscas casas dos imigrantes. As terras foram sendo medidas. As roçadas e picadas foram se ampliando. Foi preparado um barracão para servir de abrigo para 80 a 100 novos imigrantes. Aos poucos, novos colonos iam chegando. Os primeiros, que se sucederam aos 17 imigrantes pioneiros, vieram pelo porto de São Francisco. Em fins de 1852, a população da colônia era de 134 habitantes. A maioria tinha uma profissão, havendo: um médico; um professor; um jardineiro formado no Jardim Botânico de Berlim; um veterinário; um ferreiro; um armeiro; um torneiro; dois alfaiates; dois sapateiros; um pedreiro-escultor; um cavouqueiro; três marceneiros; um construtor de engenhos; um moleiro; dois carpinteiros; um tanoeiro e os demais eram lavradores. Mas todos, além de trabalharem ocasionalmente nas respectivas profissões, cuidavam especialmente da lavoura.

Nos primeiros tempos não havia escola e apesar da falta de um lugar apropriado, a colônia não se descuidava das questões religiosas, pois tanto Blumenau quanto seus colonos eram profundamente religiosos. Assim, reuniam-se aos domingos no rancho de recepção dos imigrantes e celebravam, entre si, o ofício divino. Em 1855 começou a funcionar a primeira escola, época em que os ofícios religiosos luteranos eram celebrados pelo Pastor Oswaldo Hesse, contratado pelo Dr. Blumenau. Os poucos colonos católicos (em 1853, eram apenas 3), percorriam a pé, aos domingos, as duas léguas para fazer suas preces na pequena capela de São Pedro Apóstolo (Gaspar).

Não foram fáceis aqueles anos para o Dr. Blumenau. Durante 10 anos, administrou a colônia com seus próprios recursos. A gestão particular fora eficiente, o empreendimento progredira e prosperava satisfatoriamente, mas o seu desenvolvimento fora lento. Dr. Blumenau andava doente e desesperado. Desde o seu início, a empresa lutou com dificuldades financeiras. As dívidas se acumulavam e a venda das terras nada rendia. E assim, em meados de 1859, seguiu Dr. Blumenau à Corte onde, num desesperado esforço, conseguiu de D.Pedro II, que sempre se mostrara seu amigo e protetor, que o Governo Imperial encampasse a empresa e a salvasse da ruína iminente. Naquele tempo, a população era de 943 habitantes, dos quais 553 eram homens e 390 eram mulheres. Destes, 64 (7%) eram católicos e 879 (93%) eram luteranos (SILVA, 1950).

A partir de 1860, a Colônia São Paulo de Blumenau (atual Blumenau) deixou de ser propriedade particular do Dr. Blumenau. Atendendo a seu próprio pedido, em 31 de janeiro de 1860, por acordo celebrado com o Governo Imperial na Repartição Geral das Terras Públicas, Hermann Bruno Otto Blumenau vendia o empreendimento que era obra sua, realização do seu esforço, da sua tenacidade, do seu idealismo. Pelo acordo firmado, Dr. Blumenau obrigava-se, porém, na qualidade de Diretor, a prestar à colônia os serviços que lhe fossem exigidos, cargo que exerceu até fins de 1883.

Passados os primeiros anos de trabalho árduo e desenvolvimento lento, a colônia começava a entrar num ritmo de progresso animador, prometendo dias mais suaves ao seu fundador (D’AMARAL, 1950). Embora continuasse a administrar a colônia, foi expedido um novo regulamento e, em decorrência do novo regramento, com o passar dos anos modificou-se o aspecto geopolítico da colônia. Até 1860 Dr. Blumenau era o orientador exclusivo da imigração que fizera quase que sistematicamente com alemães do norte e de confissão luterana. A partir do momento em que Dr. Blumenau vendeu seu empreendimento, sua influência no recrutamento do elemento humano não foi mais a mesma, pois tinha que obedecer à orientação do Governo, que era um pouco diferente da sua (D’AMARAL, 1950).

Os imigrantes alemães de confissão católica, que era a religião oficial do Estado ao tempo do Império e única reconhecida pelo Governo Imperial, começaram a aparecer em maior número, seguidos, mais tarde, por colonos de outras origens. Quando a Prússia saiu vitoriosa da guerra com a França, cresceu, em certos círculos brasileiros, o receio da expansão da colonização alemã maciça, compacta, em núcleos fechados e cinco anos depois apareceram no Vale do Itajaí os primeiros colonos tiroleses-austríacos que foram localizados em Rodeio,Rio dos Cedros, Dr. Pedrinho e em outros locais. A maioria desses colonos, apesar de falarem um dialeto italiano, falavam também o alemão pois eram tiroleses austríacos e só após a Primeira Guerra é que uma parte do sul do Tirol - Trento - foi anexada à Itália. Mais tarde, vierem também os imigrantes austríacos, russos, poloneses, suecos, dentre outros, continuando esse movimento imigratório misto até aproximadamente 1900. Na opinião de D’Amaral, a incorporação do empreendimento ao patrimônio nacional determinou a imigração mista que, talvez, nunca tivesse tido lugar se a empresa continuasse particular.

A propaganda feita pelo Dr. Blumenau na Alemanha referente ao progresso do seu empreendimento e as notícias que atravessavam o Atlântico dando conta da fertilidade e magnificência da terra devem ter contribuído para dissipar o receio que o emigrante tinha de trocar o conforto do grau de civilização e cultura que a Alemanha atingira pela falta de comodidade e incerteza que o esperava na mata virgem em terras do Brasil. Tinha-se a certeza de que, trabalhando, aqui se venceria e esta é, possivelmente, uma das razões que, a partir de 1860, motivaram o aparecimento dos primeiros imigrantes com dinheiro próprio. Com o passar dos anos, a colônia crescia a olhos vistos e seguindo a tradição que Dr. Blumenau havia impresso ao seu sistema de colonização, ao lado do campo, sempre estava um pequeno artesão.

A colônia desenvolveu-se continuamente e, pela Lei nº 860, de 04 de fevereiro de 1880, Blumenau foi elevado a município. Em 1886, foi criada a comarca de Blumenau, instalada em 1890. A ex-colônia atingira a sua maioridade plena e uma nova etapa se abria aos seus destinos. Em 2016, a extensão territorial de Blumenau é pequena, se comparada ao que foi quando da sua fundação. Mas os braços de Blumenau se estenderam muito mais do que o velho colonizador sequer imaginaria e hoje os vários municípios que compõem o Vale do Itajaí e o Alto Vale do Itajaí, de forma mais ou menos direta, são resultado da ação visionária e firme do grande homem que foi Hermann Bruno Otto Blumenau.

Fonte: Famílias de origem alemã no estado de Santa Catarina. Volume I = Familien deutscher Abstammung in Santa Catarina – Band I / GenealogiaRS (Org.) – Porto Alegre: EST Edições, 2017.